Voto a R$ 50 mi em emendas faria eleição de Pacheco ‘custar’ R$ 2,8 bi

O senador Rodrigo Pacheco foi eleito com 57 votos para a presidência do Senado.

Se ele é um “democrata”, que trata seus colegas de maneira exatamente igual, terá dado a cada um de seus “eleitores” na Casa Alta (sem ironias) do Parlamento nada menos R$ 2,5 bilhões para conseguir o cargo, se fez a todos o “presente” que o senador Marcos Do Val, do Podemos capixaba, que declara ao Estadão que recebeu R$ 50 milhões em emendas do “Orçamento Secreto”.

Quantos outros receberam?

Receber, confessadamente, vantagem por ato de ofício, para um servidor público (e um senador é, ou não?) é corrupção passiva. Oferecê-la, é corrupção ativa.

É pior, mil vezes pior do que o caso daquele Severino Cavalcânti, que tomava um dinheirinho do concessionário de um restaurante da Câmara, que renunciou para não ser cassado.

É dever do Ministério Público abrir imediatamente investigação e solicitar ao Supremo Tribunal Federal autorização para ouvir Do Val e Pacheco, bem como ter acesso às inexpugnáveis reservas de valor das “emendas de relator”.

Aliás, nem deveria precisar da entrevista do senador, porque este diz que comunicou ao MP isso, no ano passado.

Ele fala ainda que a “oferta” veio depois da eleição de Pacheco, mas se contradiz quando relata que o senador pediu seu apoio:

O Rodrigo Pacheco virou e falou para mim assim: “Olha, Marcos, nós vamos fazer o seguinte: os líderes vão receber tanto, os líderes de bancada tanto, essa foi a nossa divisão”. E ele me passou isso porque eu fui um dos que ajudei ele a ser eleito presidente do Senado. E aí eu falei: “Pô, legal, está transparente e tal”. Aí, ele falou: “Olha, se a gente conseguir mais uma gordura, eu direciono para você”. Não foi uma coisa: “Mas eu preciso que você me apoie”.

Em qualquer país do mundo isso seria um escândalo de gigantescas proporções. Um presidente do Senado (e o da Câmara, certamente) eleitos com a distribuição de verbas públicas.

O STF, por decisão da Ministra Rosa Weber, há mais de um ano exigiu que se publicasse os beneficiários da emendas, mas Pacheco e Lira deram 100 mil “voltas” e até hoje não informaram senão uma pequena parte do Orçamento Secreto”.

Bem, agora ela já sabe como foram distribuídos. Resta saber se algo se fará.

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