Quem faz isso ao menor dos homens, faz a Deus

Coube a Ronny Santos, da Folha, trazer a imagem mais expressiva do comício de Jair Bolsonaro, travestido em manifestação evangélica – a única forma que ele tem, agora, de juntar muita gente – em São Paulo.

É foto de funcionários da prefeitura paulistana recolhendo os trapos com que dezenas de moradores de rua protegem-se – ou protegiam-se – das noites frias no trajeto por onde passaria a marcha de vilipêndio a Jesus, porque nisto que transformam a fé dos milhares de pessoas que para lá acorreram.

Curioso que, na legenda que a Folha dá à foto, diz-se que são os “pertences” daqueles seres humanos, porque parecem lixo sendo recolhidos. Talvez sejam, para os governantes, lixo mesmo como seus “donos”.

Mas trágico que não haja ali um pastor que lembre de Mateus:

“Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram.’” Mateus, 25

Não, o problema não é a religião na política, mas a política que se faz usando a religião e não os princípios e os valores que diz ter.

E servir de palanque para demagogias do tipo das que faz Bolsonaro, dizendo que está numa “lutado bem contra o mal”, onde ele, naturalmente, é o “bem” e, portanto, quem não está com ele está com o “mal”.

Os miseráveis que foram tirados da calçada para “limpar” o caminho para passar uma marcha farisaica, porque liderada por fariseus.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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