Orçamento secreto: Luís Inácio avisou

O ponto mais importante do discurso do ex-presidente Lula no ato de hoje em Diadema, no ABC paulista foi tocado de maneira direta e claríssima: o fim do “Orçamento secreto”. O boi, finalmente, ganhou nome:

“O que está acontecendo com o “Orçamento secreto” na Câmara dos Deputados: é a maior bandidagem já feita em 200 anos (sic) de República. Vamos ter que discutir (isso) com o Congresso. Quem administra o orçamento é o governo. O congresso legisla e o judiciário julga. Uma das nossas tarefas, minha e do (Geraldo) Alckmin, é colocar ordem na casa (…)Não é o Congresso que administra o orçamento. O orçamento é administrado pelo governo. O Congresso legisla e o Judiciário julga. Hoje está tudo invertido…”

A extinção do “Orçamento secreto” é assunto para ser tratado logo nos primeiros dias do governo, porque, com a renovação da Câmara, serão muitos, talvez a maioria, os deputados “sem-emenda” e uma minoria os que já abiscoitaram verbas públicas para 2023. E, ainda assim, é provável que se necessite de mobilização popular para que isso passe, porque a “boca” e grande e rica.

Que não é para depois, mas para já, quando serão escolhidos os candidatos. É bordão para repisar em todo comício e tema para estar no centro da campanha eleitoral, porque acerta em cheio o jornalista Janio de Freitas, na Folha, ao definir o que isto é: a ladroagem de dinheiro retirado do povo:

O orçamento secreto, por si só, retrata a monstruosidade em que se transforma a relação das instituições com a legislação, as decisões de poder e com o próprio regime. Dezenas de bilhões saem dos cofres públicos e o país não pode saber a quem, entre os parlamentares, e a que se destinam. A população é compelida a dar o dinheiro e nem pode saber a quem o dá.

Há quem ache que não se deve mexer em vespeiro, que a casa de marimbondos do Congresso deva ser deixada com o mel para que seja dócil. Não funciona, porque quem mora debaixo de ferrões alados vive encolhido, agachado e medroso.

Como na música do Paralamas, o país não pode ficar na mão de 300 picaretas. E, como lá, Luís Inácio avisou…

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