A vacina ‘mágica” de Pazuello

O general-ministro da Saúde apresentou hoje sua estimativa da disponibilidade de vacina para o Brasil até o final de janeiro: 24,7 milhões de doses.

Diante do nosso quadro desesperador em matéria de fornecimento de imunizantes, até que não seria mau, mesmo vendo países de tamanho menor que o nosso dispondo de contratos muito maiores.

Só que as fontes destas vacinas estão para lá de mal explicadas.

As 9 milhões de doses da Coronavac incluídas neste total até poderiam existir, porque são metade das doses que o plano de vacinação de São Paulo previa para o intervalo entre o final de janeiro e os últimos dias de março.

Não há, ao que se saiba, nenhum diálogo entre o governo brasileiro e a Sinovac. produtora da vacina, para ampliar a quantidade de 46 milhões de doses contratada pelo estado de São Paulo, o que significa que apenas se está diluindo em cinco vezes – a população do Brasil x a de SP) a capacidade vacinal da Coronavac.

Mas as 15 milhões de doses da Fiocruz – leia-se, o envasamento de vacinas da Astrazêneca (a de Oxford) – são ainda uma incógnita, porque não se tem certeza da dosagem que deve ser administrada, nem a eficácia para grupos prioritários de vacinação na primeira fase, especialmente os idosos.

Hoje, os desenvolvedores da vacina de Oxford publicam artigo na revista científica Nature Medicine sugerindo que estão abandonando a ideia de que uma “meia dose” de reforço: “uma dose de reforço da vacina induziu respostas de anticorpos mais fortes do que um reforço de meia dose”, dizem, afirmando que “esses dados apoiam o regime de vacina de duas doses que agora está sendo avaliado na fase 3 dos ensaios clínicos”.

Embora haja promessas, não há datas de chegadas desta vacina e a quantidade que virá ainda é apenas declaratória, assim como não há informações se virão prontas para uso ou serão fracionadas e envasadas aqui.

Tudo é impreciso e amador, exceto as mortes e casos de contaminação que, hoje, baterão novas e macabras marcas.

 

 

 

 

 

 

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