A voz do chapéu destila o ódio de Serra

Como José Serra emudeceu, é preciso captar os sinais que emite através de seus cambonos.

E, dentre eles, o de linguagem mais direta e clara é, sem dúvida, Reinaldo Azevedo, que ao menos não usa aquele seu chapéu para disfarçar o que lhe vai pela cabeça.

E o que diz o carmelengo serrista do alto das sacadas da Veja?

Vou pular os destampatórios anticomunistas e o denuncismo e ir direto ao ponto.

Ele cai em cima da entrevista de Sérgio (declaração de) Guerra que comentamos aqui, no final de semana:

“Evidentemente, não é uma declaração de aliado político, mas de inimigo. É uma declaração de quem quer Serra fora do PSDB. Por qual razão? Ele deve saber. Por que isso seria bom para a eventual candidatura do senador mineiro, isso permanece também um mistério, mas alguma coisa deve explicar.” 

(…)decidiram passar o rolo compressor sobre Serra, que sofreu uma espécie de banimento branco do partido. Não obstante, dizem querer a sua participação. E foi o próprio Aécio, também presidente da legenda (erro grave cometido pela arrogância da turma), quem voltou a acenar com prévias. Serra, ou me provem o contrário, limitou-se aceitar o crivo, perguntando em que condições seriam realizadas.

(…)

Parece claro que este grande pensador da política quer Serra fora do PSDB — quem sabe candidato por outro partido. Se o PSDB for derrotado, sempre restará a possibilidade de dizer que foi porque o paulista dividiu a oposição. Assim seria se assim fosse: segundo o Datafolha, com apenas quatro candidatos (Dilma, Marina, Aécio e Campos), o tucano obtém 13% dos votos. Fica em terceiro. Até agora, Serra não precisa sair candidato para que o resultado nas urnas seja constrangedor.

Em qualquer lugar do mundo, líderes políticos procuram somar forças para vencer as eleições. No Brasil, uma oposição já matusquela prefere dividir.

Mas, peraí….

Na segunda-feira, em entrevista ao Valor, Fernando Henrique disse, com um pouco mais de modos, a mesma coisa que Guerra? Que Serra estava isolado e não tinha ninguém exceto os amigos (?) pessoais com ele.

Se o caro e raro leitor pensar que Azevedo psicografa – com mais prolixidade – o pensamento de Serra, verá que é uma resposta na linha de menor resistência, pois Sérgio Guerra é ataque interno que ainda fica na conta do administrável, o que não ocorreria com Fernando Henrique.

Prepare-se, pois, para viver momentos de intensa emoção, quando Serra tirar o chapéu de suas palavras e partir, ele próprio, para o enfrentamento ressentido.

Até que ponto ele pode ir?

Leiamos o último parágrafo de Azevedo:

– Parabéns, deputado! A presidente reeleita Dilma Rousseff o saúda!

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3 respostas

  1. Tínhamos que coloca-los num corredor polonês e baixar a porrada neles com gatos mortos até os gatos miarem. Ladrões do povo, pois roubam nossos impostos na forma dos salários que recebem sem trabalhar. Pelegos de jaleco.

  2. Também acho que quando não temos como vencer com nossa imbecilidade devemos mesmo partir para tudo quando for possível para tratar o outro como safado.

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