Ao dizer que o chanceler Ernesto Araújo deve ser substituído no comando do Itamaraty, o general Hamílton Morão, provavelmente, está pagando a conta do favor que o governo Bolsonaro foi pedir à China, suplicando a liberação das vacinas da Astrazêneca.
Conta que, talvez, tenha assumido sem o aval presidencial e em cujo pagamento aposta, em razão da fraqueza em que está o – vá lá – chefe da diplomacia brasileira.
Depois dos sucessivos ataques de Araújo à China, o chanceler brasileiro é persona non grata aos chineses. Mas não só: também aos novos dirigentes dos Estados Unidos e aos integrantes da União Europeia.
Resta saber quanto tempo dura o cidadão e se ele reagirá à sua degola. quando esta tiver de acontecer.
Possivelmente, Bolsonaro ainda dirá que ele está “prestigiado”, mas só tem a saída de cozinhar o terraplanista por algumas semanas, porque não há sentido em manter um chanceler com quem ninguém no mundo quer conversa.
O tempo necessário para bufar o ódio com a manobra de Mourão para fazer cartaz com o poder que não é do vice, mas do presidente.