O espetáculo do “bombardeio” do Supremo com fogos de artifício e os 40 ou 50 alucinados que foram ao estacionamento do Quartel General do Exército, em Brasilia, são uma caricatura moderna das marchas direitistas do pré-64.
Mas apenas uma caricatura, porque a sua expressão não vai além de núcleos imbecilizados, visivelmente não representa fatias expressivas da sociedade.
Seu comportamento deve ser visto menos sob um olhar sociológico do que psicológico, porque são comportamentos antipolíticos, autoritários, que excluem qualquer possibilidade de relacionamento que não seja o da agressividade ou, um passo adiante, o da agressão.
Politicamente, porém, acabam sendo um desastre para os planos golpistas de Jair Bolsonaro, revelando a falta de base social para uma aventura militar.
E, sobretudo, criando o constrangimento a chefes militares que se veem na condição de serem postos a reboque de grupos de arruaceiros.
Pior, dentro de um quadro sanitário que ameaça, nos próximos dias, um agravamento da situação do país que poderá levar a um novo fechamento das atividades do país.
Pior que serem colocados como um caso de autoritarismo é serem colocados também como cúmplices de um caso de genocídio.
Amanhã começarão as reações a esta ofensiva que, ontem, recebeu a adesão explícita do Presidente, de seu vice e do Ministro da Defesa.
Ainda não no diapasão que merece a ofensiva fascista, mas forte o suficiente para um novo recuo.