João Paulo Saconi, de O Globo, encontrou um vídeo que, francamente, expõe o primarismo da senhora Damares Alves, advogada e assessora parlamenta do quase ex-senador Magno Malta e, anunciada como “cotada” – esta estranha categoria criada por Jair Bolsonaro para fritar nomes – para o “Ministério da Família e do Direitos Humanos”.
Diz a referida senhora:
— Me preocupo com a ausência da mulher de casa. Hoje, a mulher tem estado muito fora de casa. Costumo brincar como eu gostaria de estar em casa toda a tarde, numa rede, me balançando, e meu marido ralando muito, muito, muito para me sustentar e me encher de joias e presentes. Esse seria o padrão ideal da sociedade. Mas, não é possível. Temos que ir para o mercado de trabalho .
Dona Damares, o seu “padrão ideal de sociedade”, que nunca existiu senão para as madames que vivem de profissão de “mulher de marido rico”, é um lixo, porque supõe que a mulher não tenha nenhuma aspiração mais forte que o ócio e a futilidade. A senhora me perdoe, mas seria o mesmo que eu dizer que eu gostaria de estar em casa toda a tarde, numa rede, com um mulher para me sustentar e encher de “mimos”. O nome que eu mereceria, por uma questão de pudor, abster-me-ei de dar.
Francamente, isso dá a medida da capacidade intelectual desta senhora.
O trabalho, D. Damares, é muito mais que um dever que se cumpre. Seja qual for o ofício, é a plena realização do ser humano em sociedade, é aquilo que o integra, o faz ser parte do mundo, interferir na realidade. É muito mais, por isso, que um dever, é um direito humano que deve ser exercido. Porque se há a escravidão pelo trabalho, há a escravidão onde a dependência, ainda que no ócio, torna servo (e neste caso, serva) quem não é capaz de prover o próprio sustento.
Ou a senhora acha que uma menina deve ser educada para “fazer um bom casamento” e só se “não for possível” ter uma profissão?
Manter a dependência por este caminho, D. Damares, sempre foi uma estratégia de dominação da mulher: “mulher minha não trabalha fora”, lembra-se? “Dentro”, nas tarefas domésticas ou até “se balançando numa rede (enquanto outra mulher, empregada ou escrava, faz as “tarefas femininas”), claro, podem e devem trabalhar.
O seu, “padrão ideal de sociedade”, D. Damares, ficou para trás no tempo, felizmente.
28 respostas
Desculpe o termo, mas esta senhora é muito escrota. Com está mensagenzinha, de patriarca do século XIX , contribui para desmantelar mais ainda as cabeças doentes dos feminicistas.
Para pertencer ao bando do Magno Malta ou de outros políticos neopentecostais calhordas, ela teria mesmo que ser esse lixo humano.
imaginem se a “cotada” assume, que tipo de família ela vai preconizar? retrocesso pouco é bobagem.
“Ah, coitada”…
Pois é Brito. Parece que, com uma única exceção (MME) ter a mente no século 19 ou 18 é condição sine quanon para fazer parte do ministério que assumirá em 2019. Como disse o honestíssimo CUnha “que Deus nos proteja”.
século 19 até a abolição
o honestíssimo CUnha, o malvado favorito dos brasileiros de bem, disse “Que Deus tenha misericórdia dessa nação”. rsss
Façamos votos para que não apareça, nestes tempos sombrios que virão, alguém como o Papa Doc, que se declarou presidente vitalício.
E quem disse que a família Bozo pretende ser apeada do poder por regras democráticas?
Façamos votos para que não apareça, nestes tempos sombrios que virão, alguém como o Papa Doc, que se declarou presidente vitalício.
Pegue qualquer foto de uma fábrica antiga e verás muitas operárias. Podia até ser em menor proporção que os homens, mas existiam. Talvez só não empregassem mais mulheres porque – naquela época – as atividades fabris exigiam muito mais força física do que hoje.
Essa senhora tem mentalidade de dondoca.
Não existe maior exemplo de “classe média sofre” do que essa ideia de que “mulheres entraram no mercado de trabalho no século XX”. As ricas, porque as pobres, por motivos óbvios, sempre trabalharam!
Mais nojento ainda é pensar que dondocas como essa senhora “pregam” esse modo de vida para mulheres pobres (a maioria das evangélicas), as quais só podem sonhar em serem “madames” como a “pastora”.
Sim, minha avó era costureira. Nascida em 1904, desde jovem dedicou-se a essa profissão.
O que acho é que lá nos anos 60 – pelo menos aqui no Brasil -algumas dondocas entediadas com a vida optaram por trabalhar por esporte.
Cada “criatura” que tem surgido das profundezas desse “oceano do atraso” em que se transformou o Brasil? E dizer que conviviamos com esses “bichos horrendos” lado a lado e nunca percebemos a sua existência?
Tratando-se de quem é e com quem trabalha, não é de se admirar. Não se enganem, muitos pensam como ela.
O nome já diz tudo – “dama” + “res”.
Mais uma ovelha à procura de um príncipe…
A opinião da D. Damares é muito VAGA. VAGA demais no seu comentário.
Esse tal ministério seria da família Bolsonaro? Quem o chefiaria? O filho Eduardo? Ou o Flávio? Ou o outro de cujo nome não me lembro? Há um menino, acho que Renan. A menina não tem idade. Na falta de nomes, o Messias diria:”Deixa comigo, ok?”.
Ponto para boçalnaro, o descobridor de “talentos”. Assim nós ficamos sabendo da existência de certas excrescências – reservas arqueológicas-como essa madamoca, o guedes, o araújo…cruzes!
Gostaria de ver um convite de casamento entre a Damares e o Araújo.
Voltaríamos para a Idade Paleolítica. Sociedade linda e perfeita !!!….. a mulher comendo os piolhos da cabeça e o marido correndo atrás de macacos com seu tacape farpado.
Cada figura que está despontando, Meusdeuses.
Esse período tem desas coisas.
Cada coisa que aparece.
Ela é mais uma, que no período medieval, seria excluída.
Cada “coisa” que surgiu das profundezas desse “oceano do atraso” em que se transformou o Brasil? E dizer que esses “bichos horrendos” estavam ao nosso lado dia a dia e a gente não os enxergava?
É por isso que, quando a Folha de São Paulo sugeriu a retomada das relações entre parentes e amigos pós-eleições, recebeu uma enxurrada de comentários de gente dizendo que não o faria… e eu concordo!
Fico pensando, onde encontram esses tipos de cabeça, tão alienadas da realidade brasileira
Lamento mas agora vou chutar o balde!
Eu e minha mulher certa vez fomos padrinhos de casamento de uma colega, que para agradar a mãe, resolveu casar na tal assembléia de Deus. OK.
Durante o tal casamento, o ‘pastor’ soltou esta pérola: “… O marido deve sempre encontrar seus chinelos no lugar quando chegar do trabalho. isso é tarefa da esposa…” e mais um monte de merda que não lembro. Coisa de crente da bunda quente.
Isso lá em 1993/94. Ou seja: estas mentes ‘arrojadas’ existem há bastante tempo. Ficaram um pouco guardadas e agora o bostanaro deu um jeito para que saíssem do armário.
E se os crentes leitores aqui do blog não gostarem, novamente lamento. Ou calem-se e vão arrumar outra maneira de rezar, perdão, ‘orar’, ou calem-se também e reconheçam que esta conversa de pastor é um barco furado medieval daqueles.
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: E essa, agora ? . . . Quanto menos eu rezo, mais assombração aparece…
até o nome do tal ministério parece meio esquisitaço….