O grande espetáculo circense previsto para acontecer neste terça-feira foi adiado. Paulo Guedes e Jair Bolsonaro não anunciarão mais amanhã o que o ministro chama de “Big Bang”, a recriação do universo a partir de seu gabinete tecnocrático.
De outros detalhes sobre o truque já ficamos sabendo, como o de que será de 247 reais o benefício oferecido aos desvalidos da sorte. Como chegou-se a este valor? Ah, é um cálculo complicado, que deveria levar em conta as necessidades mínimas de sobrevivência mas que, na prática, foi estabelecido assim: “pega o benefício médio Bolsa Família (R$ 191) e bota 30% a mais”.
Ficamos sabendo, ainda, que além do abono do PIS, do seguro-defeso e do salário família, vai “rodar” também o programa “Farmácia Popular”, que reduz o preço de remédios para hipertensão, diabetes e asma e reduz o preço dos para colesterol, Parkinson, osteoporose, glaucoma e anticoncepcionais, assim como as fraldas geriátricas. Tudo supérfluo, não é?
Parece que está em curso um “cata-cata” de recursos para financiar o que esperam seja um “Bolsa Bolso” e, sinceramente, que é tão fácil aprovarem-se as ampliações quanto o parlamento dar um voto pela extinção dos benefícios que Guedes pretende cortar.
Ou alguém acha que candidato a prefeito quer ter a fama de tirar o remédio dos velhinhos?
O Governo não está, porém, nem um pouco preocupado com a viabilidade política de seu “Big Bang”.
O essencial é que a “culpa” pelo fim do auxílio emergencial fique “com os políticos” e estes, pressionados pelo clamor público dos milhões de beneficiários seja pressionado a votar o “dá ou desce” governamental.