Bolsonaro, cada vez mais rejeitado, conserva os “seus”

A pesquisa Datafolha divulgada há pouco, a rigor, merece a mesma análise que se fez aqui na edição anterior: “Bolsonaro não sofreu perdas que tornem iminente a sua queda, embora desgastando-se fortemente na classe média”.

O mesmo processo seguiu, e forte: os 38% de ruim/péssimo viraram 43%, enquanto os bom e ótimo mantiveram-se em 33% fazendo com que, como se disse àquela vez, o atual presidente siga “como dono do campo conservador”.

É possível que, pela distorção causada pelo fato de a pesquisa ser telefônica – o que deve piorar um pouco a situação real para Bolsonaro – isso não invalida em nada o que se disse há um mês.

Bolsonaro, a meu ver, segue firme em seu plano: o de conservar sua hegemonia na recentemente inaugurada direita selvagem brasileira, tornando inviável o surgimento de um concorrente numa direita pretensamente civilizada, mas nem tanto pois, em nome do antiesquerdismo concordou em eleger um psicopata como ele para o cargo de presidente.

É por isso que Bolsonaro não cede um milímetro em suas ambições autoritárias: porque não é isso que o desgasta ante a direita louca com que este país se intoxicou.

A centro-direita que a ele se aliou na eleições continua com um discurso dúbio e não deixa que o povo brasileiro veja que foi vítima de uma grande manipulação, da qual ela participou – e não consegue fazer um apelo para uma grande aliança nacional, que agregue a maioria do povo brasileiro para uma reversão deste processo.

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