Perda de empregos chegou a 4,7 milhões no trimestre

Tenho insistido aqui sobre a imprecisão, neste momento, dos dados econômicos convencionais, e não é diferente com os números sobre desemprego do IBGE que, como já se explicou aqui, refere-se às pessoas que, nos últimos trinta dias, procuraram trabalho sem o conseguir.

É isso o que registra a taxa de desocupação, que passou de 11,2% para 12,6% no trimestre terminado em abril, atingindo 12,8 milhões de desempregados em relação ao trimestre terminado em março.

Isso é ruim, mas é muito melhor do que a realidade que a pesquisa do IBGE, que fala em ” 898 mil pessoas a mais à procura de trabalho”, o que nem de longe representa os desempregados, porque não há, neste momento, condições de procurar trabalho.

Veja os números que contam melhor a história, todos tirados do relatório oficial da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, a PNAD:

  • O contingente de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada (exclusive trabalhadores domésticos), estimado em 32,2 milhões de pessoas, apresentou uma redução de 1,5 milhão de pessoas (-4,5%) frente ao trimestre anterior (novembro de 2019 a janeiro de 2020);
  • No período de fevereiro a abril de 2020, a categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (10,1 milhões de pessoas) apresentou uma redução de 1,6 milhões (sic) de pessoas;
  • Na categoria dos trabalhadores por conta própria, formada por 23,4 milhões de pessoas, foi registrado redução de (-4,9% na comparação com o trimestre anterior (novembro de 2019 a janeiro de 2020), significando uma subtração de 1,2 milhões de pessoas neste contingente;
  • No período de fevereiro a abril de 2020, a categoria dos empregadores (4,2 milhões de pessoas) apresentou uma redução de 226 mil pessoas.
  • A categoria dos trabalhadores domésticos, estimada em 5,5 milhões de pessoas, apresentou redução de 11,8% (nota do Tijolaço: 650 mil pessoas)no confronto com o trimestre de novembro de 2019 a janeiro de 2020.

O único setor em que se ampliou o pessoal ocupado foi o de servidores públicos e militares, com 440 mil a mais.

Então, somando os vários tipos de ocupação, temos mais de 4,7 milhões de pessoas que perderam seus empregos entre um trimestre e outro, fechados.

E este ainda não é o número real, porque abrange dados de fevereiro e da primeira metade de março, quando os efeitos da pandemia ainda não eram sentidos.

O desemprego no Brasil passará de 20 milhões de pessoas – e isso com muito otimismo – até o terceiro semestre do ano . O desastre social está apenas se esboçando.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

2 respostas

  1. Interessante, os Golpistas agora começam a Fase de Autofagia, e os golpes dantescos não poupam ninguém…
    É isso que acontece quando uma democracia é estuprada!
    É só tirar a Dilma e prender o Lula que tudo se acerta, assim, por gravidade!
    Agora, não tem volta!
    O Caos é logo ali…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *