Bolsonaro é tóxico para quem crê na Saúde

O impasse em torno da nomeação de um novo ministro da Saúde – cargo para o qual a médica Ludhmila Hajjar parece estar definitivamente vetada – não é um problema político-administrativo e muito menos sanitário.

É um problema de caráter.

Só assumirá o cargo quem se disponha, ainda que fazendo firulas, a seguir no minueto negacionista de Jair Bolsonaro.

Quem assumir o cargo não apenas recebe junto o passivo de 300 mil mortes como uma escalada de doença e de morte que não vai parar de subir.

Ou terá de exigir o poder de intervir drasticamente na sucessão de erros que vêm sendo comedidos ou, se quiser encontrar fórmulas escorregadias para preservar-se – de novo, lembram-se de Nélson Teich dizendo, para tudo, de que íamos “fazer um estudo”? – irá ser atropelado pelos fatos e pelo presidente da República.

Portanto, ninguém espere mudanças sensíveis na condução desastrosa do Ministério e da política sanitária.

No máximo, um pequeno alívio nas tensas relações entre Estados e União, pela necessidade de que o novo ajudante sanitário de Bolsonaro possa abrir algum diálogo com as secretarias estaduais de Saúde.

Mas decisões corajosas e drásticas como as que o país precisa neste momento, nem pensar.

 

 

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