Bolsonaro mostra o dedo a Queiroga, que rasteja

O adiamento da avaliação científica que, finalmente, poderia fazer o Ministério da Saúde, finalmente, contraindicar o “Kit Covid” para tratamento de pacientes com Covid-19, por mais que se arranje desculpas, é evidente intervenção de Marcelo Queiroga para não desagradar Jair Bolsonaro que estaria com o ministro, como se diz na gíria, “pela bola sete”.

Afinal, não tem um mês que o próprio presidente portou-se como promotor internacional dos medicamentos sem eficácia, ao defendê-los da tribuna da Assembleia Geral da ONU e isso seria ser desautorizado – e com toda a razão – dentro de sua própria casa.

Muito menos há lógica em que o adiamento se desse pelo surgimento de “novos estudos”, o Regen-Cov, substância auxiliar que está, pasmem, aprovado pelo FDA norte-americano há mais de dois meses, e muito anos já autorizado emergencialmente pela Anvisa.

Quem faz a pauta da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) é o senhor Helio Angotti Neto, Secretário Nacional de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério, clorobolsonarista de quatro costados.

Está claro que houve uma ordem e uma ordem foi obedecida como nos tempos de Eduardo Pazuello.

A história é mais um escândalo e é quase impossível que a gente possa acreditar que algo ainda mais escandaloso que a história de assassinato deliberado de pacientes na Prevent Senior, um misto de empresa de saúde e organização fascista que se alinhou ao curandeirismo negacionista do Governo brasileiro.

Marcelo Queiroga ao concordar com o engavetamento, depois de 20 meses de pandemia, de um protocolo de atendimento às vitimas da Covid, só confirma o que se disse aqui, no dia de sua escolha para o Ministério, que ele tinha um defeito de caráter.

Tem, mas infelizmente está com vasta companhia nisso, pelo que a gente vê o Conselho Federal de Medicina, um órgão eleito pelos médicos, defender o charlatanismo e omitir-se diante da criminosa execução de pacientes num plano de saúde.

 

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