Eduardo Pazuello foi para Manaus e , segundo sua própria assessoria, o ministro da “não tem voo de volta a Brasília”.
Oficialmente, claro, o presidente da República mandou-o comandar a ação do governo federal na crise sanitária amazonense até que ela esteja equacionada.
Na prática, manda o ministro para fora do alcance da grande mídia, impede-o de dar suas desastrosas entrevistas temperadas a coices e tenta evitar a iminente explosão de nervos que ele vem sinalizando.
O exílio manauara serve também para tentar tira-lo do furacão representado pelo pedido de abertura de inquérito feito pelo Ministério Público que deve ser aceito pelo STF e converter-se numa investigação policial.
Se vai adiantar? Provavelmente, não. É possível até que piore tudo, porque em Manaus ele não tem as estruturas de blindagem daqui e será cobrado impiedosamente em estar presente nos caóticos centros de atendimento de Saúde locais, produzindo imagens deprimentes e olhe lá se não enfrentando a revolta dos familiares dos pacientes mal tratados.
A finalidade principal, porém, é tira-lo de perto de Jair Bolsonaro, como se a esta altura adiantasse colocar Pazuello “de quarentena” para evitar contaminar o chefe.
Sobre isso, é certamente algo inócuo, porque todos sabem que o general foi o subministro do verdadeiro chefe da bagunça genocida sanitária do Brasil.
Desde ontem, com certeza, tocam os celulares de generais de dentro e fora do Governo e não é improvável que os termos das conversas sejam impublicáveis.
Mas, entre palavrões e resmungos, nos fardados têm muitos aborrecimentos e poucos planos de ação.
Gostariam de pedir a cabeça do general, mas sabem que isso será trazer mais ainda seu fracasso para dentro do Exército, pois seria assumir a incapacidade de quem era celebrado como “gênio da logística” dentro da tropa.
No sentido figurado – esclareço antes que o Ministro da Justiça resolva me processar – abrem-se muitas covas hoje em Manaus.