Bolsotur das Arábias

Jair Bolsonaro chegou a Dubai, para uma nova semana turística, depois de sua vilegiatura inútil pela Itália.

Desta vez, porém, não deverá ter os dissabores com manifestações de protesto: os brasileiros “dubaianos” são ricos e, não fossem, o regime dos emires e sheiks dos Emirados Árabes, do Catar e do Bahrein, por onde passará o presidente brasileiro, e de ditaduras onde protestos não são admitidos, se quisermos ficar numa definição suave.

Não faltará companhia a Bolsonaro, pois há, há muitos dias, áulicos de toda a espécie, mandados para lá a pretexto de uma exposição internacional.

Não que o Brasil não deva dedicar atenção ao mundo árabe. O próprio Lula esteve lá, na função que gostava de definir como de “mascate” de produtos brasileiros. Mas foi uma passagem de menos de um dia, para impulsionar a venda de imagens de satélites brasileiros, abrir o mercado de movelaria brasileira para o imenso parque de hotéis de Dubai e apresentar o apoio do governo brasileiro à exportação de aviões da Embraer.

Bolsonaro ficará quatro dias e ninguém se espante se as conversas forem sobre abrir hotéis e cassinos no Brasil, como aconteceu em sua primeira viagem ao Oriente Médio: alardeou um investimento árabe de US$ 10 bilhões, para criar um balneário repleto de resorts, inspirado em Cancún, no México, na baía de Angra dos Reis.

Que, claro. nunca aconteceu.

Mas pode ser que, louco para “livrar-se” da lucrativa Petrobras, Jair a vá oferecer ao Sultão Ahmed Al Jaber, presidente da ADNOC, a grande empresa petrolífera dos Emirados Árabes. Empresa estatal, é claro, porque eles não são bobos.

Espera-se apenas que o presidente não vá fazer o ridículo de repetir o filho Eduardo Bolsonaro – que aliás está na comitiva – para ir tirar fotos fantasiado de sheik.

Terá boa alternativa ficando no hotel mais refinado de Dubai, o Emirates Palace (foto), onde a diária pode chegar a R$ 34 mil e serve-se água mineral com partículas de outro 23 quilates. Tudo no jbá, porque, o próprio Bolsonaro avisou, a hospedagem será para pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.

Fique tranquilo, presidente. Nada de urgente está acontecendo por aqui: o país não está em crise e o estoque de ossos e pés de frango está garantido até dezembro.

 

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