Há quase um mês atrás, aqui se escrevia que íamos ter deflação no posto e inflação no supermercado.
Os números do IBGE sobre os preços no mês de julho, divulgados hoje, não podiam ter uma descrição melhor: a deflação de 0,68% é um retrato, contratado a não mais poder, da redução do preço da gasolina (com o corte do ICMS) e do aumento, contínuo e forte, do preço dos alimentos, que cresceu nada menos que 1,3%, bem mais que os 0,8% registrados em junho.
É claro que, para a classe média que usa automóvel no dia a dia, foi um enorme impacto positivo a queda do preço do combustível (15,48%, na gasolina e 11,38% no etanol). Mas no transporte coletivo, usado pela maioria do povão, a queda das despesas foi zero.
A questão é que, aparentemente, não há outro coelho a tirar da cartola inflacionária até as eleições.