Com os Bolsonaro, política é intimidação, não persuasão

Aprendia-se, antigamente, que política era a arte da persuasão, do convencimento, da formação de, tanto quanto possível, de consensos ou maiorias.

Na era Bolsonaro, a definição é outra: é a de obter a imposição de sua vontade pela intimidação, pela ameaça, dela desqualificação e o medo da “reação pública”, ainda que esta possa ser o “ibope de aeroporto” no qual um fanático e um vídeo de celular servem para arruinar a imagem pública de qualquer um.

O aparente recuo de Jair Bolsonaro, depois da previsão de “tsunamis”, após o “texto apavorante” onde se dizia “sequestrado” pelas corporações, depois de chamar de “idiotas” os que se manifestavam contra os cortes da educação só pode enganar a quem não percebeu a natureza do seu projeto imperial.

O desprezo do atual presidente pelos poderes Legislativo e Judiciário é tanto que nenhum constrangimento lhe causa conduzi-los pelo medo da crise em que pode metê-los, apontando-os como responsáveis pela ingovernabilidade.

A recuar apenas formalmente de seu apoio aos atos de domingo quer parcecer dissociado tanto de seu fracasso anunciado quanto do excessos previsíveis de seus participantes ” olavetes, intervencionistas, católicos e templários“, na definição da coordenadora de um dos aglomerados bolsonaristas que os convoca.

Em parte, porém, seus objetivos foram alcançados, com a visita dócil do presidente do STF, ontem, ao Alvorada e com a decisão de Rodrigo Maia de destravar os trabalhos do Congresso.

Os regimes fascistas não se impõem apenas com a ousadia dos autoritários, mas com a covardia dos democratas.

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11 respostas

  1. Porque as pessoas, articulistas, jornalistas e políticos em geral ficam rodeando um problema para não ter que “DIZER O NOME?” Porque olavetes, intervencionistas, católicos e templários (gulp!, você sabe o que são os templários?) e não os evangélicos que são explicitamente e com todo o orgulho (deles) os principais responsáveis pelo golpe e pela desgraça que o Brasil está passando? É esta horda insana e imbecil dos evangélicos burros, incultos e vítimas de lavagem cerebral por parte dos pastores ladrões que enganam seus rebanhos que o golpe e o bolsonarismo foi implantado no país. E agora mesmo estão se concentrando nos templos (templários por esta razão? está errado: templário é uma figura histórica, um movimento da idade média e da renascença cujos propósitos não tinham nada a ver com os idiotas dos evangélicos e seus templos) para orar pelo governo do bozo e “afastar” os oposicionistas, como quer o Edir Macedo! Como? Matando os oposicionistas?

    1. José, consigo compreender seus argumentos e, até certa medida, concordo com suas colocações. Só faço uma ressalva ao que entendi como uma crítica ao uso da palavra “templários” pelo articulista. Esse trecho do texto é um link que remete à matéria que relata a frase “Aqui tem olavetes, intervencionistas, católicos e templários. Todos queremos um Brasil melhor”, dita por uma das líderes do movimento Juntos pela Pátria. Não são palavras de Fernando Brito, que, tenho certeza, sabe sim o que são os templários.

  2. E desde quando Dias Totóffoli e Rodrigo Pimpão Maia podem ser chamados de democratas? Será que o editor do blog não percebeu a concertação entre os golpistas canalhas hoje na presidência dos poderes da república bananeira do brazil? Por que NADA se comentou sobre a viagem deles ao império anglo-sionista, na mesma data, acompanhados de políticos de vários partidos, incluindo o PT?

  3. Há duas formas de ver isso. Uma é essa que vc descreveu. outra é que congresso e stf fizeram o presidente mudar o passo. Agora chegou a fase dos afagos. É como treinar animais. Passa uma tarefa e recompensa o sucesso. O presidente quis algo e colocaram dificuldade. O presidente sentiu e recuou. É a vez do treinador recompensar, para marcar na cabeça do animal como se deve fazer para ganhar o biscoito.
    Na verdade, ambos pensam que ganharam. Da próxima vez, Bolsonaro vai repetir sua tática e o congresso vai repetir a sua.

  4. ——–Os regimes fascistas não se impõem apenas com a ousadia dos autoritários, mas com a covardia dos democratas.————–

    SEM DÚVIDA,defendo isso desde um primeiro momento,o fato dos DELINQUENTES chegarem onde se encontram hoje ,é CULPA da NOSSA covardía e imovilismo.
    Contra os fascistas todo recuo é um avanço que eles realizam.Nós só recuamos ,o governo da Dilma foi como aquele boxeador que fica contra as cordas ,só apanhando ,e SOZINHO,deixamos o governo sozinho ,só observando.Eis o resultado.

  5. A balança prova , tem mais covardes . Jamais poderia ocorrer um presidente do STF ir ao alvorada numa situação dessas , onde o isolamente para este governo seria o único remédio . Globo e Toffoli , o que vem por aí . Quando os covardes se encontram .

  6. quanto mais se abaixa, mais fácil fica pra levar O CHUTE
    LAMENTÁVEL VER UM stf DÓCIL E ACOVARDADO

  7. Definitivamente, não sabem se comportar dentro da democracia. São totalmente incompatíveis com ela. Julgando que só eles são os maiorais e podem ter direitos excepcionais, chamam todos os políticos e quem mais não os sirva de corruptos, espalhando rancor e antipatia entre os colegas governantes dos outros poderes. Vivem em um passado distante, quando vigia o império da vontade autoritária. Deste jeito, para tentar evitar o torniquete do ministério público, vão ter que se ajoelhar diante da Rede Globo, a última esperança para eles, já que não mais podem dar algum golpe. O proto-parlamentarismo que já vivemos, não aconteceu trazido pelo cálculo político, mas se foi impondo como solução de emergência diante de cada fato novo apresentado, que necessitava de solução de governo. E assim foi crescendo. Cabe a nós impedir que tentem institucionalizá-lo depois.

  8. Ora, o preparo autoritário desse sujeito mostra o porquê dele ser baixo clero: nunca entendeu nada da verdadeira política!

  9. “Os regimes fascistas não se impõem apenas com a ousadia dos autoritários, mas com a covardia dos democratas.”
    Trotsky, no seu livro sobre o fascismo, diz que o sucesso do mesmo deveu-se à omissão das esquerdas, no caso dos partidos social democrata e comunista.. Em parte, é o que se pode ver hoje: nossas esquerdas, ou a maioria delas, formando grupos para discursos, notinhas e twitter, como aconteceu ontem em SP (não vou nem falar dos governadores do PT, talvez, repito, talvez, com exceção da Fátima Bezerra)

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