Começa a campanha. Quem não é Bolsonaro será Lula

Aviso logo que não tenho acesso a “pesquisas internas”, trackings ou informações de bastidor.

Mas depois de 50 anos de política e 45 de jornalismo, a gente percebe no diálogo com as pessoas e, agora, com o movimento das redes sociais, quando uma campanha eleitoral se acende.

E, passadas pouco mais de 24 horas do seu lançamento oficial, dá para perceber que a de Lula se animou e que seus eleitores andaram na direção do eterno jingle do “sem medo de ser feliz”.

Passou, e com “pinta” de ser de vez, o receio de se manifestar no trabalho, com os amigos, ou mesmo sozinho na rua, a decisão de voto que muita gente evitava por “não querer arrumar confusão”.

Logo virão os broches, os adesivos, as camisetas, os sinais exteriores de ‘luleza’; as declarações de voto e as manifestações de apoio vão pipocar por toda parte.

Não adianta reclamar da “polarização” porque ela é um fato, não uma escolha.

E um fato ao qual se respondeu não com um argumento, mas como uma atitude.

A importância da escolha de Geraldo Alckmin, enfim, revelou-se em sua inteireza: não é a de um “cabo eleitoral”, é a de uma disposição de reunir diferentes pelo desafio comum de salvar a democracia, os nossos direitos essenciais e de podermos voltar a um convívio civilizado.

É possível que cada um de nós tenha um amigo ou conhecido renitente, a quem a mídia emprenhou pelos ouvidos, que, mesmo contra Bolsonaro, resistia a declarar o voto em Lula.

É o que as pesquisas mostram há tempos e não é destacado quase nunca: o não a Bolsonaro vai a 60%, mas o voto em Lula fica apenas perto dos 45%. Os 15% faltantes para que as percentagens se igualem são o um em sete brasileiros que não aceitaram ainda que o voto no ex-presidente é a porta para sairmos do labirinto infernal em que fomos metidos em 2018.

E estão, a partir de agora, colocados diante desta evidência.

Numa eleição em que entre 75 e 80% dos eleitores já se definiram entre os dois principais candidatos , a campanha é a disputa pelos que ainda faltam se definir.

E a campanha, na qual Jair Bolsonaro vive desde o dia me que tomou posse, só agora começa para a oposição.

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