Maria Cristina Fernandes, hoje, no Valor, extrai o sumo de uma conversa com Euclides Scalco, fundador do PSDB que se afastou do partido e, de longe, vê a cena atual com compreensão para além das intrigas.
Viu lá, em seu estado, o Paraná, a mudança de natureza dos tucanos e tomou distância do filho do velho amigo José Richa que hoje governa o Estado: “ao se afastar”, relembra Maria Cristina, “declarou que não compactuava com a mistura entre negócios privados e o bem público”.
Agora, o tucano retirado pressente o pior:
Vê uma clara crise de liderança com a indisposição de Fernando Henrique para assumir funções executivas no partido e faz um chamado à responsabilidade dos fundadores do PSDB que hoje se mantêm indiferentes à perspectiva de piora daquilo que parece estar no limite da deterioração. Não lhe falem do prefeito de São Paulo, João Doria, ou de sua alegada herança covista. “[Geraldo] Alckmin bancou Doria e agora ele está percorrendo o país em campanha. Essas coisas não podem acontecer. Ele [o prefeito] não tem nada de Covas”.
Diz que “está em jogo é a liderança, no campo liberal” de um movimento de reordenamento econômico conservador do país e que é este o jogo “em que o presidente da República se movimenta para tentar manter o PSDB como satélite de seu poder”. Sobre quem é este “sol”, é impiedoso:
Por que Temer, em 1988, não seguiu com os pemedebistas paulistas para o novo partido? Seus aliados costumam dizer que Franco Montoro, seu patrono, o aconselhou a ficar no PMDB para servir de ponte entre os novos tucanos e o quercismo. Scalco tem outra explicação, mais curta: “Porque não foi convidado”.
Mas agora, o desprezado dos pioneiros tucanos, de pária virou predador, numa vingança fria de três décadas, nas quais sobreviveu nas franjas do poder de todo e qualquer governo da República, até que, com um bote na presa que os tucanos ajudaram a encurralar, abocanhou a Presidência.
O presidente Michel Temer atraiu o PSDB, dá corda ora a um, ora a outro e se vale privatizações e TLPs para testar o credo liberal dos seus aliados e mantê-los permanentemente divididos. Vale-se ainda da lambança tucana na Lava-Jato para lhes vender proteção. Se for bem sucedido, cravará no partido de seus antigos correligionários o carimbo de satélite do PMDB. Um movimento de volta às origens que, no Paraná de Scalco, dá-se o nome de velório sem cachaça.
Para quem nasceu, cresceu e transformou em obsessão o desmonte do Brasil, não há dúvida de que Michel Temer estende iscas, como resume genialmente a charge do Aroeira, são irresistíveis.
6 respostas
O BR tem de voltar a ser um PAÍS SÉRIO. Quanta cretinice. Ainda BEM que existe CÂNCER que leva alguns.
O que move o Mercado, quando defende e banca o Temer, não é o futuro da Nação. São negócios de ocasião que a médio e até curto prazo deixarão toda a estrutura em que se baseava o desenvolvimento brasileiro fora das mãos do seu próprio povo e de seus governos. Aliás, quando o povo voltará a ter nas mãos o governo, através de eleições que não proíbam certos líderes de se candidatarem? Destruída em parte aquela estrutura, a parte que restar será gerida por interesses que não são os brasileiros. O Mercado não é brasileiro. Seu interesse no Brasil não contempla cuidados com o futuro do país. Acumulista, seu interesse consiste em desenvolver quem já é desenvolvido e eternizar a ignorância e a pobreza dos países “inferiores”. A não ser que reiniciemos uma reconstrução, jamais conseguiremos retomar a estrada que abrimos na selva do capitalismo para nosso próprio desenvolvimento. Se não o fizermos, nunca deixaremos de ser subdesenvolvidos e sem a educação transformadora, que para os destruidores do país será destruída também e substituída pela “educação sem partido”. Vamos apreender em nossas escolas a teoria criacionista. Voltaremos à nossa Idade Média, que correspondeu à Velha República.
Se ele não conseguir engolir que fique a vontade pra enfia…………. por outro lugar .
Os oligarcas conhecem o Brasil tanto quanto Pizarro conhecia as Américas
https://novoexilio.blogspot.com.br/2017/08/o-que-pizarro-e-cortes-diriam-sergio.html
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O que fica bem claro, não tratar-se de revanche ou retaliação politica por parte do Temer ao PSDB ou a outro qualquer partido, e sim, de uma desmonte econômico-social do país, talvez, para beneficiar a imigração dos seus verdadeiros patriotas libaneses ou muçulmanos.Seus ancestrais e familiares temem a fúria ou ira de Israel e isso é bíblico.Soa como a mão de Deus em castigar seus primos traidores.A fuga para as terras brasileiras sem donos nativos será o caminho geopolítico dessa gente. Como a população brasileira,na sua maioria, formada ainda de pessoas semianalfabetas e totalmente despolitizada não alcança sua estratégia. Por outro lado, ele (Temer) finge ser aliado da elite financeira e dos coronéis da politica nacional, apregoando via PIG que os culpados da situação, são os esquerdistas, abrigados pelo PT e PC que insistem em transformar o regime republicano do Brasil em uma ditadura comunista. Isso assusta à direita e aos militares de pijama oriundos do golpe de 1964. E soa como vingança ou punição aos seus mortos do Araguaia.Aos rentistas seria o fim da sua lucratividade sem trabalho ou empreendimento.Numa visão ainda tênue e sem consistência, apenas, pressuposição, enxergamos um Brasil caminhando para o precipício como nação politica, soberana e independente.Não vislumbro um outro olhar para o futuro por mais otimista que sou . Não sei se o LULA sozinho e já velho consiga reverter este cenário institucional…
O PSDB nasceu de uma costela do PMDB e dele nunca se diferenciou, na essência. Apenas a classe média vira-lata, essa mesma que cultuou e ainda cultua FHC e o considera “intelectual” acreditou que o partido simbolizado por uma ave de rapina, que usurpou de outros a expressão “social democracia”, algum dia praticou ou teve ntre seus quadros pessoas efetivamente social-democratas.
É bom dizer que foi FHC, patrono e líder-mor do tucanato, que convidou Michel Temer para o então MDB – depois PMDB. Quanto ao ‘não-convite’ para que ‘MT’ fizesse parte do PSDB as versões publicadas são controversas. O que importa é saber que o PSDB sempre foi o PMDB que tomou banho de loja, nada mais do que isso.
Jamais me enganei com o tucanato ou confundi essa porção “chique” do PMDB com figuras isoladas, como Mário Covas, cuja integridade até hoje não foi questionada. A cara e a essência do PSDB sempre foram o cinismo corrupto de FHC e de José Serra, a truculência de Sérgio Motta, o ódio e traição às origens simbolizados por Aloysio Nunes e a indolência corrupta de Aécio Cunha. Jamais votei em qualquer tucano, pois a mim sempre ficou claro que eles representam o neoliberalismo escravocrata, plutocrata, cleptocrata, privatista e entreguista