Confronto en Governo e STF sobe de tom esta semana

Diz Lauro Jardim que Abraham Weintraub será afastado do Ministério da Educação, por ter repetido, ao confraternizar com os grupos fascistas que se manifestaram hoje em Brasília, depois do ataque a rojões ao Supremo Tribunal Federal, ter repetido a “sugestão” de que “esses vagabundos” deveriam estar na cadeia.

Pode ser que aconteça, mas “cairia” como herói dos nazistóides e “mártir de Bolsonaro”, porque está evidente que tem o aval e o apoio presidencial, pois permaneceu no cargo justamente por isso.

Não há desculpas, nem mesmo de que são grupelhos radicais que tomam atitudes como a de disparar contra o prédio do Supremo, porque deixar de ao menos condenar depois de 24 horas é o mesmo que referendar o ataque, ainda que venha a fazê-lo, de forma hipócrita, nas próximas horas ou amanhã.

Os resultados concretos são dois.

Mais um par de inquéritos estão prontos a ampliar o confronto entre o Governo e o STF.

Um deles vai mirar os financiadores dos movimentos bolsonazistas que estão formados e ativos, agindo, ao menos até ontem, com direito a uma “visita de solidariedade” de Eduardo Bolsonaro ao agrupamento de onde vieram os atacantes do Supremo. a plateia de Weintraub e o magote de fanáticos que foi se abrigar às portas do Quartel General do Exército.

Deste, é provável que logo venham decisões mais graves que os mandados de busca e apreensão expedidos contra integrantes da rede de fake news. Resultará, é quase certo, em ordens de prisões preventivas, que vão confrontar com mais radicalidade Governo e Justiça.

O outro inquérito será voltado contra o próprio Bolsonaro, por insuflar a invasão de hospitais para que seus seguidores verifiquem “se estão vazios” os leitos que se enchem de milhares de vítimas da pandemia. A manifestação de Gilmar Mendes de que “invadir hospitais é crime – [e] estimular também” deixa claro que isso vai avançar, apesar de Augusto Aras.

O segundo resultado é que vai se aprofundar a fissura no meio militar, porque a ala golpista, que se revezou na semana passada na exposição de conversas fiadas junto aos ministros de que não havia intenções golpistas no governo e que Weintraub só permanecia – desculpa ridícula – porque o Presidente estudava uma maneira de afastá-lo sem causar traumas aos filhos e ao “núcleo duro” que o chantageia, como fez Olavo de Carvalho ao mandar que Bolsonaro desse um destino inglório à condecoração que lhe oferecera.

Bolsonaro está cada vez mais perto da ideia do golpe, mas se afasta do meio que tem para isso: um apoio maciço das Forças Armadas.

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