Conversa de ‘racionamento do diesel’ é ‘bode’ para novo reajuste

Os jornais trazem notas sobre um suposto “plano de racionamento” para o óleo diesel no segundo semestre do ano, em razão da escassez do produto.

Não há escassez, nem haverá racionamento, o que há é a criação de uma história de “terror”, que possa servir para “justificar” reajuste no preço do combustível.

É por isso que volta e meia Bolsonaro repete que “pior do que inflação é o desabastecimento”.

E isso pode não demorar, porque o preço do petróleo voltou a subir muito – US$ 115 dólares o barril no mercado norte-americano, a segunda maior marca desde o início da guerra da Ucrânia – os derivados, como diesel e gasolina, ainda mais, na casa de 75% desde o início do ano.

Tudo o que se está fazendo é apenas barulho e mistificação, porque não se altera a politica de preços da Petrobras, que está continuamente distribuindo lucros extraordinariamente altos e abdicando de sua capacidade de realizar importações e diluir os altos custos com o custo em reais de seu próprio parque de refino.

Publicado na excelente coluna de José Paulo Kupfer, no UOL, um estudo do professor Eduardo Costa Pinto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um corte linear de 20% nos preços de todos os combustíveis não traria nenhum risco de descapitalização ou acúmulo de dívidas pela Petrobras. ”

A empresa continuaria mais rentável do que suas congêneres internacionais. Resumo dos resultados mostra que o lucro líquido em 2021 cairia de R$ 107,3 bilhões para R$ 46,8 bilhões, com a margem líquida (lucro líquido em relação à receita de vendas) recuando de 23,7% para 11,8%. Esses 11,8%, ainda assim, seriam maiores do que a margem líquida média das maiores petroleiras do mundo (…).

É isso o que Lula tem chamado de “abrasileirar” a política de preços, mas o mercado selvagem prefere manietar a empresa e ganhar muito dinheiro com o “chororô” dos preços defasados. É verdade que estão, mas apenas para quem tem de operar apenas no mercado spot de combustíveis, não para quem, como a nossa megaempresa, tem cacife para operar um mix de preços internos e externos.

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