É bom tomar muito cuidado ao meter a mão em uma cumbuca cheia de cobras, lagartos e de ratos como é o embrulho que se formou envolvendo o governo Bolsonaro a CBF, a seleção brasileira e outros envolvidos na “Cova” América, apelido que o torneio sul-americano tomou e colou.
É encrenca para todo lado e o risco de Jair Bolsonaro ter conseguido avacalhar também o futebol é muito grande.
Os atletas da Seleção que atuam na Europa, que são a maioria, não querem jogar. Os que atuam aqui, os acompanham, porque estão em meio ao Brasileirão, Libertadores e outros torneios. Alegam cuidado sanitário, mas sabe-se que este é só um pretexto, porque estão irritados com Rogério Caboclo, presidente da CBF, na foto com Bolsonaro, pela maneira autoritária com que são tratados.
Por sua vez, o presidente da CBF é brindado com um escândalo de assédio sexual com uma funcionária, que teria gravado 40 minutos de picantes confissões e propostas íntimas do “cartola”, diz Lauro Jardim.
E Caboclo estaria assediando, desta vez profissionalmente, o técnico Adenor Bachi, o Tite, ameaçando demitir os seus auxiliares técnicos de maior confiança. O motivo? Muitos dizem que é para trocá-lo por Renato Gaúcho Portaluppi, ex-Grêmio e que contaria com o apoio do Presidente da República, por ser assumidamente bolsonarista.
Parece incrível que até no futebol estamos voltando aos tempos da ditadura, onde a CBD (atual CBF) era escandalosamente usada por seu presidente, o almirante Heleno Nunes, para fazer política para a Arena, partido do “sim, senhor” ao regime dos generais.
Onde Bolsonaro põe a mão – mesmo que parte das situações não tenha a ver com ele – dá zebra.