O resultado da votação sobre a abertura de um processo de impeachment do governador Wilson Witzel (69 dos 70 votos a favor) e o volume de dinheiro apreendido na casa do subsecretário de Saúde do Pará, Peter Cassol (R$ 748 mil) mostram que, além da pandemia, entramos também num quadro de pandemônio político-institucional.
Tão evidente de que se encheram de irregularidades as despesas com o enfrentamento da epidemia é, também, que a ação policial tem um evidente viés bolsonarista, por se dirigirem, até agora, contra seus arqui-inimigos. exclusivamente.
De duas coisas não se pode ter dúvida: de que a camada de políticos que assumiu o controle da vida pública sob o discurso da moralidade é o que de mais sujo este país já conheceu e a de que só há maldição policial para os que entram na cota dos “malditos” que desafiam o poder absoluto de Jair Bolsonaro e de seu clã.
Aos demais, para os que seguem a regras da milícia, como no caso das”rachadinhas” queirosianas, as investigações se arrastam, os suspeitos sequer são ouvidos e desaparecem – literalmente – dos holofotes.
A Justiça seletiva, todos sabemos, é a pior das injustiças, porque os conceitos morais e éticos só valem para um dos lados.