Crise ‘salva’ Embraer da Boeing. Mas vai precisar do Estado para não fechar

Igor Gielow, na Folha, diz que a Boeing comunicou oficialmente que desistiu de comprar a Embraer, negócio fechado no governo Temer, mas com prazos de confirmação que terminavam hoje.

A Boeing fala em a Embraer “não teria cumprido todas as suas obrigações contratuais para executar a separação da sua linha de aviões regionais”.

Todos sabem, porém, é que a questão real é a falta de dinheiro da empresa, que vem de antes da crise global da aviação com a pandemia do Covid-19, com os defeitos de fabricação que derrubaram seu novo modelo 737 Max, após dois acidentes, estacionando no solo centenas de aviões.

Agora, com a queda imensa – em alguns países, de 90% – do tráfego de passageiros, não só não se fará, por um longo tempo, novas encomendas de aeronaves como devem ser rompidos ou renegociadas as comprar que já estavam em carteira pelos fabricantes.

É óbvio que o governo norte-americano não deixará desaparecer sua maior empresa aeronáutica e de aviação militar (entre muitos, os F-18, os F-15 e os helicópteros Apache, são de sua construção) e importante fabricante de sistemas espaciais.

Por isso mesmo, terá de ser pressionado para que a Boeing pague à Embraer as indenizações pela desistência do negócio, porque a brasileira fez pesadas despesas na separação das linhas militar e comercial de produção, porque a primeira ficaria ainda sob controle brasileiro, ainda que meramente formal.

O governo brasileiro, já na gestão Bolsonaro, abriu mão de usar o poder de sua “golden share”, que lhe dava o poder de barrar a venda da empresa.

Alguém, porém, imagina que, sabujo como é a Donald Trump, este governo defenderá a empresa, mesmo com os apelos dos militares?

O recuo da Boeing em comprar a Embraer tem suas especificidades, mas também retrata o cenário geral de retração do capital estrangeiro com que sonham para reagir à recessão.

Teremos de depender de nós mesmos, mas temos uma elite que nunca descobriu isso.

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16 respostas

  1. Se for colocar dinheiro do Estado, eu quero a Embraer para mim!! Por que tem que dar aos antigos donos?!

  2. Depois que todos os arquivos de projetos foram abertos pelos entreguistas,por qué os gringos iam querer comprar????
    TEM QUE METER UMA BALA NA CABEÇA DESSES VENDE-PÁTRIA ,TEM QUE CORRER SANGUE,SÓ A ISSO QUE ELES TEM PAVOR,A MORRER.
    A justiça deles ,não pega essa canalha,só a bala faz justiça.

  3. No início do ano, ainda sem o negócio fechado, todo o pessoal da Embraer em São José dos Campos foi posto em férias coletivas, e os prédios da empresa foram tomados por engenheiros e técnicos estadunidenses da Boeing. Pelo jeito, a Boeing livrou-se de pagamento e já levou, de graça, o que lhe interessava, o know-how e os projetos. Com a benção dos militares delinquentes.

    1. Acertou na mosca, milicos iguais os nossos, países sérios dispensam. Até bater continência pra bandeira dos Estados Unidos têm quem bata.

    2. O espanto é geral, os coiotes e vira-latas jamais sonhariam com a possibilidade da pandemia “gripezinha à toa” colocar em estado de coma induzida a grande Boeing de sua verdadeira Pátria Amada, que não é nem nunca foi o Brasil. Resta saber como os brasileiros poderão fazer um levamento rigoroso dos prejuízos que esta desastrosa transação causou à Embraer. Talvez tenha acontecido como se um aloprado fizesse um teste drive e depois entregasse só o bagaço do carro, sem que a revendedora tivesse qualquer possibilidade de reclamar.

  4. Nada a ver com o tema, mas alguém sabe dizer como anda a apuração (aqui ou no Paraguay, mais certo lá), da falcatrua do 03 e do suplente do Major Olímpio, para compra do Paraguay do excedente da energia de Itaipú para revenda a distribuidoras brasileiras? Sobrou até para o vice presidente do Paraguay.
    Criando uma crise por dia a famiglia vai tentando apagar rastros.

  5. Seja como for, essa notícia me deixou contente.
    Mas eu duvido que a Boeing pague à Embraer as indenizações pela desistência do negócio. O governo brasileira vai dar um jeito de liberar. Se depender do bichinho de estimação de Trump, ainda vai querer que a Embraer ressarça a Boeing pelas despesas que teve para avaliar a transação.

    1. Isto Emilia. Não duvide que a justiça dos EUA ainda condene a Embraer a pagar a multa contratual que pode chegar a 100 milhões de dólares. ACERTADAMENTE lá eles não formam juízes canalhas do tipo Sergio Moro e nem procuradores a tipo Deltran.

  6. Mais um pé no saco dos Bolsominiuns. Esta turma de Bolsominiuns devem estar pensando:Tudo” qui nois faiz” dá errado!!!

  7. A Boeing já meteu a mão no que interessava, os projetos e a expertise da embraer.
    Debaixo da baba dos nossos juízes.
    Estão se lixando, agora, para a parte física.

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