Ainda que com números menos expressivos do que a pesquisa da Ideia/Exame revelada esta manhã, o Datafolha que acabou de ser divulgado confirma a queda abrupta na aprovação do governo de Jair Bolsonaro, caindo seu índice de “ótimo/bom”, de 37% para 31%, nas pesquisas realizadas, respectivamente, em dezembro e em janeiro. Já o “ruim/péssimo” disparou, em um mês, de 32% para 40%.
Como disse antes, a soma dos efeitos da pandemia expressa no caos no Amazonas, a confusão em torno da vacina e o fim do auxílio emergencial , misturados, formaram um coquetel tóxico para a popularidade do ex-capitão, em todas as regiões do país e em todas as classes sociais.
Mas o apoio a Bolsonaro, observe o gráfico, continua perto dos 30% da população, o que significa que o eleitorado de direita tradicional segue com ele e isso continua a interditar o surgimento viável de uma candidatura de “direita civilizada” e faz com que Moro, Doria, Huck, Maia e quem mais quiser ser este personagem terá dificuldade de crescer diante de uma candidatura à reeleição.
Um dado parece mais incrível, porém, que a manutenção do apoio do terço de votos que são a expressão da direita brasileira. É aterrador o que descreve a Folha, ao comentar a pesquisa:
[Os] empresários seguem sendo o grupo profissional mais fiel ao presidente. Entre quem se classifica assim, Bolsonaro tem 51% de aprovação, 35% de “sempre confia” e 58% de crença em sua capacidade [de governar bem o país].
É um retrato das razões do nosso atraso econômico. Temos um empresariado que liga menos para o crescimento do mercado que para pagar impostos, gosta mais de explorar seus trabalhadores do que ter uma mão de obra satisfeita, dignificada e capaz, que encara os negócios como esperteza, não como algo que deve ser seguro e sustentável.
O negócio, para eles, é mandar o povo tirar a máscara, gastar dinheiro e morrer feliz.