Deflação no andar de cima, inflação no de baixo

Como se vem afirmando aqui há tempos, a queda da inflação oficial, fortemente impactada pela queda do preço da gasolina, deve ser vista com cautela, porque está longe de refletir a realidade da população.

A Folha publicou, agora há pouco, o cálculo feito pela Fundação Instituto de Política Econômica, a Fipe, sobre o quanto foi, em julho, a inflação para cada faixa de renda.

Para famílias com renda superior a 10 salários mínimos, houve deflação de 0,11%, mas para aquelas que percebem até três salários, a alta de preços ficou em 0,44%.

“A diferença entre alta de preços ocorre porque o perfil de consumo das famílias varia conforme a renda. Consumidores de maior renda, por exemplo, têm gastos maiores com transporte, saúde e educação. Para os mais pobres, as despesas estão mais concentradas em alimentação e habitação (66% do gasto). Considerando essa diferença de pesos dos produtos e serviços no orçamento familiar, é possível fazer o recorte por faixa de renda.”

O resultado de agosto ainda deve ser ameno, em razão do fato de que as pesquisas se apropriam lentamente das variações dos preços, mas não há qualquer sinal de que possa haver uma melhora permanente.

Tal como o aumento do auxílio, também a deflação é emergencial, para Bolsonaro.

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