Demissão da médica: não cabe gente de bem neste governo

O Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Luana Araújo e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga,participa da cerimônia de lançamento da Campanha de Conscientização sobre Medidas Preventivas e Vacinação contra a Covid-19, e o lançamento da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.

A nota, pusilânime e lacônica, com que o senhor Marcelo Queiroga anunciou que a médica Luana Araújo deixaria o cargo de Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, para o qual havia sido por ele apresentada em cerimônia dez dias atrás, é a prova de que ninguém pode participar do governo Bolsonaro sem entregar sua honra, sua dignidade e suas convicções.

Luana, que chamava de “neocurandeirismo” o tal “kit cloroquina” não as entregou e saiu. Queiroga, cuja condição de médico reduz-se cada vez mais ao jaleco que usa em entrevistas, imolou-as no altar do genocida do Planalto. Tivesse um pingo de altivez, não se submeteria ao vexame de ver uma colega de profissão ser expelida do cargo pela crença charlatã do presidente ou, ainda pior, ser obrigada a deixá-lo por não aceitar abjurar de suas convicções ético-profissionais.

“O assunto está encerrado”, disse ele sobre a saída da médica na coletiva de agora há pouco onde anunciou medidas – atrasadas e, talvez, tardias – para a contenção da ameaça da chegada ao Brasil da cepa indiana do vírus.

Não está, até porque o senador Alessandro Vieira já protocolou requerimento para que Luana Araújo seja ouvida na CPI da Covid e o que ela dirá deixará o ministro da Saúde exposto na sua condição de homem sem autonomia para dirigir o enfrentamento à pandemia.

E que aceitou um pacto com o que ela chamou de neocurandeirismo para servir ao presidente.

 

 

 

 

 

 

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