Direita sonha com novo messias. O primeiro ‘deu ruim’

A direita brasileira – e os muitos jornalistas da grande mídia que a traduzem nos jornais – anda à espera de um improvável messias.

O último que escolheu, em 2018, o Jair, virou praga.

Mas isso não a impede de continuar, elitista como é, sem compreender que política não é, ao menos todo o tempo, algo em que se possa, como as corridas de cavalo, apostas em “azarões”.

Continua, teimosamente, esperando que surja um nome, qualquer nome, que possa servir-lhe como um príncipe encantado que, do nada, pegue sua mão e a conduza ao poder político.

Ainda agora, depois que o julgamento do Supremo tornou impraticável a exclusão de Lula da disputa presidencial do ano que vem, segue sonhando com uma “terceira via”, no seu universo microscópico, onde as forças econômicas seriam capazes de fazer brotar do nada um candidato “gadget”, no sentido que lhe deu o psicanalista francês Jacques Lacan, o de pessoas que se tornem rapidamente desejáveis como objetos de consumo rápido, sem estabelecimento de laços sociais ao longo do tempo.

Não conseguem perceber que, escaldada das últimas eleições, há na sociedade a busca de uma segurança e da previsibilidade do que é já conhecido a funcionar como uma parede para isso.

Lula é o “não” e eles só conseguem oferecer, em seu lugar, o “talvez”. E com a falta de credibilidade de quem, faz pouco, apontou a escolha que hoje é majoritariamente vista como a errada e responsável pela situação em que nos encontramos.

Reluta o quanto pode em aceitar que, em meio à devastação do país, a afirmação de Lula não será apenas pelos votos “petistas” ou mesmo dos “lulistas”, mas deste “não” que Leonel Brizola chamava de “não rotundo” que dois terços da população quer dar a Bolsonaro, ainda que o outro terço permaneça firme com ele.

A tal “terceira via” é uma ilusão que está custando a cada dia mais caro a esta gente. Encalhados em 6%, 5% ou menos das intenções de voto, os “seis” vão perdendo tamanho e legitimidade para alianças equilibradas na oposição.

E, destilando ódio e intransigência, minguarão à medida em que avance este processo em que Lula vai encarnando a rejeição ao desgoverno do capitão.

 

 

 

 

 

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