Editoriais não curam a cumplicidade

O Globo, a Folha e o Estadão publicam editoriais a propósito dos 100 mil mortos do coronavírus.

É um número terrível, mas dele não podemos deixar de reconhecer que estávamos avisados de que aconteceria..

Como também o país estava avisado do que poderia ser este governo que assiste, inerme e indiferente a este massacra, menosprezando a vida dos que se foram e a dor dos que ficaram.

Os três jornalões sabiam – embora desconhecessem a forma pela qual isso aconteceria – a que desastre o país estaria exposto com a impensável eleição de um alucinado, um fanático, um irresponsável que defendia a tortura, que dizia que ia exilar, metralhar e que prometia armas para todos os que pudessem comprá-las.

Convenhamos que, diante disso, sacudir caixas de cloroquina adiante de asnos e emas no gramado do Alvorada não chega a ser uma surpresa.

Mas, diziam, era “uma escolha difícil”.

“O maior responsável pela tragédia se chama Jair Bolsonaro”, brada a Folha, enquanto O Globo afirma que “é inequívoca a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro, a quem cabia, por meio do Ministério da Saúde, coordenar o combate à mais letal pandemia em cem anos”. O Estadão faz coro aos dois e diz que “construiu-se essa tragédia porque, pelo mau exemplo dado pelo chefe do Executivo, milhões de brasileiros se sentiram seguros para furar a quarentena e provocar aglomerações porque, acreditando nele, não acreditaram na gravidade da doença ou confiaram no curandeirismo presidencial”.

Mas digam os senhores editorialistas: também os senhores não reagiram senão tibiamente diante de outras coisas pavorosas, como o “kit gay”, a “mamadeira pornô”, ou aceitaram e aplaudiram arapucas como do triplex do Guarujá, endeusando um personagem que, estava evidente, usava a toga como instrumento de campanha eleitoral?

Nada disso lhes importou para alcançar o objetivo que sempre nutriram, o de derrubar um governo de viés popular, ainda que nada avaro em benefícios e privilégios para as elites.

Comentaristas da TV, cofiando seus bigodes, exigiam repetidamente “autocríticas”. Não a fizeram, agora, pelo que permitiram fazer-se em 2018.

Só há uma autocrítica possível para as elites brasileiras, incluídas nelas a mídia e as corporações judiciárias: a de reconhecerem que o Brasil já não pode ser governado com a exclusão da centro-esquerda e muito menos com a intromissão militar nos espaços políticos.

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15 respostas

  1. Em 1978 o charlatão Jim Jones matou aproximadamente 1000 pessoas envenenados com cianeto. Em 2020, o charlatão bozo cloroquina já ultrapassa 100.000 mortes.
    Seu sinistro da economia quer 200.000 mortes, para receber adiantado e em dobro, os R$13 bilhões, em 10 anos, que não lhe deram na reforma da previdência, quando tentou assaltar os BPC e não conseguiu.

  2. Sempre que vejo a torrente de cretinices do fáscio bolsonarista, lembro daquela famosa frase…
    “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma… ”

    Por anos cevaram o monstro com toda sorte de mentiras e distorções….
    Está aí o resultado, o esgoto fascista transbordando por todos os boeiros… e de lambuja veio o vírus.
    https://www.youtube.com/watch?v=2ATyC56RfxE

    1. É preciso perceber o tamanho e a profundidade da desgraça bolsonariana que se abateu sobre o país. Nem todo o fogo da grande mídia pode abalá-la. Para termos uma ideia, sempre lembramos do Trump quando ele ainda estava em campanha. Ele tinha tanta certeza do trabalho hipnótico de suas redes sociais, que falou em um discurso que se pegasse uma pistola e atirasse em alguém ali mesmo, na frente de todos, não perderia com isso nenhum voto. As vítimas da hipnose bolsonarista estão assim, como os eleitores do Trump estavam. Já previmos que somente quando chegarmos aos 150 mil mortos é que eles vão começar a tremer e piscar.

      1. Para o piscar (piscar o quê, exatamente?) e o tremor, eles tomarão dois comprimidos de cloroquina em água com bosta de ema e logo voltarão ao normal bozozoico, uivando “louvores”, com toda treva do tal deus sanguinário do Abraão esquizofrênico E seguirão nesse delírio macabro, até que provavelmente não haja mais Brasil. Não, meu amigo, eles nem vão perceber, porque nas redes, onde eles insuflam os egos uns dos outros e disseminam que é tudo uma armação contra a direita boa e generosa, eles encontram a certeza dos hipnotizados pelas seitas. Serão como alguns velhos nazistas ao morrerem, centenários, esforçando-se para erguer a mão descarnada e trêmula, os olhos marejados, tentando saudar o seu füehrer.

  3. Por razões diversas, a grande mídia e o PT têm responsabilidade pela destruição do Brasil.
    A deletéria estratégia eleitoral de Lula contribuiu para a eleição do fascista Bolsonaro e ainda pretendem uma revanche em 2022.

  4. Eu até gostaria de comemorar a derrota do PIG. Todos sufocados e soterrados pelo monte de bosta que defecaram. Infelizmente o momento é cruel e nada há que mereça comemoração diante de 100 mil brasileiros mortos. O preço altíssimo que custou a edição dos editoriais de hoje foi o genocídio patrocinado pelo PIG. Malditos! Eternamente malditos!

  5. Não precisava ser assim, é claro, se tivéssemos feito o mínimo que todos conheciam, mas muitos negaram. Mas sejamos objetivos, a simples eleição de um doente mental que sempre exibiu tudo de medonho que tem dentro de si, já nos colocou à mercê do pior. E NENHUM desses veículos que agora fazem editoriais pungentes, como estou assistindo agora no JN apontou o risco que o país corria, ANTES da eleição. Completa o cenário para a tragédia, um povo imbecilizado por essa mesma mídia e que, ainda hoje, dá 38% para o monstro. Só nos resta torcer, quem acredita rezar, para que as coisas melhorem seja lá por que motivo for, independente do governo de bandidos.

  6. Lágrimas de crocodilo. Apenas essa expressão basta para retratar essa suposta indignação da mídia hegemônica com Bolsonaro. Essa mídia está “cagando e andando” para a centena de milhar de mortos. Não está nem aí se este número pavoroso logo logo, em cerca de dois meses, venha a dobrar, como já alertam alguns especialistas.

    Para essa mídia, que, na verdade, é propriedade do grande empresariado, o que interessa são os gordos lucros que tal setor poderá obter com a agenda econômica tocada pelo Guedes. Agenda que promete entregar, a grandes corporações, a preço vil, todo o patrimônio e todas as riquezas que estão sob controle do Estado e que pertencem a todo o povo brasileiro.

    A bem da verdade, a pandemia vem a calhar para a grande mídia e seus comentaristas. A pandemia vem ajudando sobremaneira essa mídia a esconder toda a destruição que está sendo perpetrada em nosso país pelo governo de Jair Bolsonaro. Ao focarem praticamente todas as suas reportagens na mesma, se esquivam bem mais facilmente de divulgar as constantes doações de patrimônio público, as chamadas privatizações, que este desgoverno vem fazendo contra os interesses de 99% do povo brasileiro.

  7. Bolsonaro é o jagunço a executar a ordem dos bilionários banqueiros donos da mídia: vingança contra o povo que ousou desafiá-los. Portanto, esses hipócritas são os AUTORES INTELECTUAIS de um crime contra a humanidade.

  8. Esses editoriais são iguais às “notas de repúdio” da oposição, mas com acréscimos de cinismo e muita hipocrisia.

  9. A mídia brasileira, sempre foi chegada a uma maracutaia, e sempre achou que pode derrubar e promover qualquer tipo de governo que não interfiram em seus negócios, entre a opção de um governante sério e um aproveitador não foi difícil a escolha, o problema é que o eleito tem retaguarda, de milicos milicianos e massa ignara.

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