O plano de Augusto Aras, que já se tinha antecipado aqui, de deixar “em banho-maria” – e que se se consumou com o “vamos esperar a investigação da CPI chegar ao fim” enviado por seu sub, Humberto Jacques, a Rosa Weber, diante da notícia crime por prevaricação apresentada por três senadores – tinha chances de dar certo.
Mesmo podendo ser desmontado por uma decisão mais dura pela ministra Rosa Weber, a ideia era deixar pendurada sobre Jair Bolsonaro uma espada para “convencê-lo” a nomear rs para a vaga que se abrirá no Supremo com a saída de Marco Aurélio Mello, no dia 12 de julho.
Como se sabe, a decisão de oferecer denúncia contra Bolsonaro – que, se autorizada pela Câmara, levam a seu afastamento por 180 dias – é exclusiva do Procurador Geral da República. De Aras, por conseguinte.
Mas entrou areia no plano, com a denúncia de que um indicado de Ricardo Barros para as compras do Ministério da Saúde pediu US$ 1 dólar por dose em uma possível compra de vacinas Astrazêneca produzidas pela associada indiana Serum Institute.
Está evidente que Rosa Weber insistirá na abertura de investigações, seguindo o caminho aberto pela própria PGR, que diz que se sua posição for a de não esperar quer se pronunciar novamente.
Os fatos estão se atropelando e é pouco previsível o que acontecerá.
Mas é previsível que dois dias mais de escândalo na CPI vão levar água ao moinho da manifestação de sábado, 3 de julho, em quantidades que, se fosse nos rios, titariam o Brasil da crise hídrica.