Demissão de Roberto Dias é recibo da corrupção na Saúde

Mais cedo, disse que a suspensão do contrato de compra das vacinas indianas da Covaxin estava, para o governo Bolsonaro, como o piscar dos olhos que, nos filmes de cowboy, marcava o medo do pistoleiro que confrontava-se a outro num duelo.

A denúncia do pedido de propina de “um dólar por dose” publicada pela Folha feito pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, seguida de sua imediata demissão mostra que o governo passou para uma desorganizada defensiva que só prova que muita gente sabia do que se passava ali.

Se ele era um funcionário qualificado e de confiança como deveria ser um chefe de compras, teria sido pelo menos ouvido.

Não foi e soube da exoneração pela imprensa, o que prova que nele não se tinha confiança alguma e incinerado para outra exoneração aparente: a de responsabilidades do governo e do Ministério.

Diz que encontrou “ao acaso” o suposto representante comercial que o acusa. Será?

Quando se vai tratar com um representante comercial de uma empresa estrangeira para negócios de bilhões de dólares, pareceria razoável pedir as credenciais desta representação e, no mínimo, guardar cópias dela. Digamos que um cartão de visitas possa assegurar conversas sobre compras de 4 ou 5 mil reais, Mais que isso, é procuração ou não considerar o risco de estar tratando com um picareta.

E negociar com picaretas é coisa de espertos que querem fazer um encontro de espertezas, não de um gestor público.

Pouca gente pode acreditar que, depois da Lava Jato e da entronização das delações premiadas, que se mete em associações criminosas não guarde “seguros” para livrar a própria pele entregando as alheias.

 

 

 

 

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