Espionagem dos EUA equivale a ato de guerra. Mas a resposta é política.

Diante da lei brasileira, o crime cometido pelo Governo dos EUA ao espionar e-mails e telefonemas da Presidenta Dilma Rousseff pouco ou nada se diferencia de um ato de guerra.

Muito embora eletronicamente, trata-se de violar as comunicações da Chefe de Estado, de Governo e a comandante-em-chefe das Forças Armadas do Brasil.

Mesmo antes da revelação deste crime, diante das informações sobre coleta de dados no Brasil, o governo brasileiro já havia solicitado que os Estados Unidos só realizassem interceptações telefônicas ou cibernéticas com autorização judicial.

Semana passada, os EUA negaram-se a assumir este mínimo compromisso.

Não se trata, como se vê, de uma ação antiterrorismo.

É vigilância ilegal sobre outros países e governos, numa despudorada violação do direito internacional.

Só há uma maneira eficaz de responder a ela.

Suspender viagem da Presidenta aos EUA, chamar o embaixador, apresentar queixa na ONU, tudo isso pode e será feito, na hora adequada, e que não vai tardar.

Mas o essencial é que chegou o momento da confrontação entre a velha ordem internacional e a que emerge no século 21.

Cabe-nos provocar e coordenar a reação dos chamados Brics – além de nós a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul.

Somos, juntos,  42% da população global, 40% da superfície terrestre, 75% das reservas monetárias internacionais, e cerca de 20% do PIB, muito próximo dos 23% representados pelos EUA.

Chegou o momento de termos um peso geopolítico correspondente a essa força econômica.

O mundo unipolar dos últimos 24 anos, desde que o desaparecimento da União Soviética abriu caminho para o mando unilateral dos norte-americanos sobre o planeta, já não pode mais prosseguir, porque significou guerra, recolonização econômica, supremacia bélica intimidante e, agora, um intervencionismo ‘eletrônico” sobre os governos nacionais.

Não pretendemos – embora tivéssemos o direito internacional ao nosso lado – sermos um rato que ruge, como certamente não seremos, como já fomos, um gatinho que apenas mia, contrafeito.

Devemos ser – e é pena que não possamos (será mesmo que não podemos?) contar com a projeção internacional do ex-presidente Lula para o fazermos com o peso que isso mereceria – os estimuladores de uma mudança de patamar da influência mundial dos países em desenvolvimento.

As transformações não acontecem apenas porque as queremos, é preciso que as estruturas ultrapassadas revelem a profunda contradição entre o que dizem ser e o que são, na realidade.

Sem arroubos retóricos, apenas à luz dos fatos: os Estados Unidos tornaram-se um país criminoso.

E é dever da comunidade internacional por fim à esta atividade criminosa.

Não pelos métodos americanos de combater o que diz serem crimes contra as liberdades e os direitos civis, com seus mísseis de cruzeiro.

Mas com a força econômica e moral da maior parte da humanidade, que não aceita ser monitorada, vigiada e violada pela ânsia americana de poder.

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9 respostas

  1. Os EUA invadiu o Brasil. A escuta que fez a nossa presidenta representou uma invasao e um crime contra a nossa soberania. Depois da Venezuela, Equador, Paraguai e a tentatica de desestabilizar a Veneluela, seria o Brasil a proxima vitma?

  2. Menos fanatismo e mais fatos. Gosto muito do Tijolaço, mas sempre segue uma cartilha ideológica de ser contra Israel e, faz de quaisquer notícias, mesmo sem confirmar dados, como as inúmeras fotos falsas de Gaza ou o “massacre de Jenin” ou contexto das notícias, uma arma ideológica, em nada diferindo dos modos que a direita usa os cubanos ou outras coisas, mesmo sem provas, para causar tumultos e desviar a opinião pública. Estes mísseis disparados por Israel sempre são usados por serem mísseis para rastear, para as baterias anti-mísseis do país. Como o território é muito pequeno, os mísseis são sempre disparados para o mar.

    Menos engessamento ideológico, pois de outro modo, não podem cobrar que a direita não edite as notícias e trate as coisas com honestidade.

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