O senhor Paulo Guedes, ontem, disse que com a volta da normalidade dos serviços e do turismo o Brasil estaria “condenado a crescer”.
Hoje, o IBGE – que só o ministro considera estar “na idade da pedra” diz que, no terceiro trimestre do ano, a economia encolheu 0,1% e, ainda pior, revisa o dado do trimestre anterior (de abril a junho) para – 0,4%.
Isso num quadro de forte aceleração da economia global, como você vê acima.
Dois trimestres de retração, no manual da ortodoxia econômica, configuraria, tecnicamente, uma recessão. Na prática, porém, o quadro é mesmo de estagnação, embora com boa chance de passar mesmo a uma recessão, porque parece estar contratada outra retração do PIB no último trimestre do ano.
Ninguém se surpreenda se as expectativas do mercado para o PIB anual, que em agosto andavam em torno de 5,3% baixem para 4,5%, pouco mais ou menos o mesmo que tivemos de encolhimento em 2020, por conta da pandemia.
Isso e mais a continua alta de juros devem arrastar também o primeiro trimestre de 2022 para o pântano.
Isso se os serviços e o turismo, que Guedes diz estarem “voando” não levarem uma traulitada pela proa com a tal variante Ômicron, que já está ameaçando festas de fim de ano e até o carnaval, duas locomotivas para o negócio turístico.
Guedes, o homem que é “aplaudido no supermercado” – segundo ele próprio, claro – perdeu completamente a noção de realidade e, portanto, toda a capacidade de enfrentar os problemas da economia.