A imagem obscena do general Eduardo Pazuello passeando ontem sem máscara em um shopping de Manaus é, para quem quiser ver, a prova de que não haverá correção de rumos do governo Bolsonaro em relação à pandemia.
É evidente que não faltaria ao general uma mascarazinha para colocar, nem alguma coisa para fazer senão dar uma voltinha num shopping center.
O que fez, fez de propósito e contando que a imagem fosse captada.
Não usar máscara está longe de ser um descuido, o que já seria inaceitável para alguém que chefiava o Ministério da Saúde ao longo do período de maior incidência e mortalidade da pandemia.
É mostrar-se com a cara do bolsonarismo, é servir-se de tudo para provocar agitação, polêmica, é captar o apoio dos estúpidos com a “macheza” diante do vírus.
O que fez Pazuello no shopping é o que o governo fará na CPI.
O que à muitos parece ridículo e constrangedor é parte do marketing da estupidez.
O “abraço no cabeça de burro” e a foto com o “CPF Cancelado” no programa daquela azêmola televisiva, lá mesmo em Manaus não são deslizes, são uma tática.
Hoje cedo, de novo, ameaçou jogar o Exército contra governadores que estariam “implantando uma ditadura” ao impedir que as pessoas saíssem para trabalhar (?) e que fossem a templos para orar a Deus.
Bolsonaro e sua turma são mais que previsíveis. Quem não o perceber que caia no seu jogo e tente ser racional e argumentativo.
Pazuello não tem de ser tratado como um general do Exército, porque se porta como um moleque politiqueiro, já de olho na eleição de 22.
E Bolsonaro como um valentão de porta de botequim, que tem é de ser peitado e desmoralizado, porque sua coragem não vai além da garganta.