Farmacêutica pagou por “Médicos pela Vida”

Saudades dos tempos em que os “propagandistas farmacêutico” eram aqueles senhores modestosque, com um malinha preta, geralmente poída, passavam a frente da gente que esperava a consulta, para deixar apenas as “amostras grátis” que logo eram passados adiantealiviando os sintomas e o bolso dos pacientes.

Eles ainda existem – e ralam duro – mas a propaganda das farmacêuticas se tornou muito mais corruptora: em algumas áreas da medicina, abundam os congressos e seminários, com viagens e hospedagens subsidiadas, muitos em paraísos tropicais e com programas turísticos acoplados.

Agora, porém, revela a Folha, pelo menos uma das farmacêuticas que produz – e vende como bananas – o chamado “kit Covid”, pagou os caríssimos anúncio dos tais “Médicos Pela Vida”, uma associação de médicos bolsonaristas que insiste com cloroquina, ivermectiva e outras drogas de ineficácia comprovada no tratamento da doença pandêmica.

A Vitamedic é uma das principais produtoras de ivermectina do país. Em dados enviados à CPI da Covid, ela informou que aumentou a venda de caixas do medicamento em 1.230%, passando de 5,7 milhões em 2019 para 75,8 milhões em 2020.

A um preço de R$ 12 de venda, é uma “tacada” de mais de 900 milhões de reais, perto do que gastar R$ 1 milhão em anúncios é farelo. Com outros integrantes do “kit” e de outras farmacêuticas não dá nem para imaginar o quanto se lucrou com o charlatanismo patrocinado por médicos e pelo governo.

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