FMI, otimista, vê 0,3% para PIB do Brasil. Nem isso.

Hoje cedo saiu a projeção do Fundo Monetário Internacional para o crescimento da economia global e, entre elas, a brasileira, à qual coube a previsão de microscópicos 0,3%, contra 1,5% do prognóstico anterior, feito em outubro de 21.

Digo que é, entretanto, generosa, porque os maiores bancos brasileiro tem estimativas mais amargas, apontando resultados negativos de até 0,5%.

A questão é: pode a economia reagir e ter resultados melhores do que a sombra que estas previsões projetam?

Em tese, sim; na prática, muito improvável.

Na teoria, a economia brasileira poderia crescer por estar extremamente deprimida, depois da queda da pandemia e a “recuperação” de 2021, aos trancos e barrancos, terem-na deixada ao nível de 2019, já de fraco crescimento.

Estamos, portanto, num patamar muito baixo e, por isso, crescer não é tarefa impossível, mesmo sem politicas que induzam o aquecimento econômico.

Mas há muito mais a considerar.

E o primeiro deles é a taxa de juros, interna e externas. Os três aumentos previstos pelo Federal Reserve, com certeza vão impulsionar o prêmio de risco que o Brasil terá de pagar na remuneração do capital externo. Já está alta – 9,25% ao ano na taxa Selic – e vai subir mais.

Logo no dia 2 de fevereiro, data da reunião do Conselho de Política Monetária esta subida vai acontecer. O mercado sinalizou que quer mais 1,5%, a 10,75% ao ano já agora, pelas previsões do Bank of America, que anunciou um aumento desta ordem. Chegue a isso ou não, a certeza é de que não será menor que 1%. Ou 10,25%, o que elevará para algo em torno de 25 a 30% a taxa para financiar o giro das empresas o que, num quadro de retração da demanda pela perda de renda do consumidor torna-se dramático para as empresas.

Há mais problemas à vista: esta retração da demanda é visível no consumo popular e ainda leva o tempero da onda da ômicron que, mesmo desqualificada por nossas autoridades públicas, reflete-se em alguma perda da procurar por serviços em janeiro e, certamente, em fevereiro.

É provável que a prévia da inflação, que o IBGE divulga na manhã desta quarta-feira, ainda venha relativamente baixa, na casa do o,5% ou pouco abaixo, o que não aliviará a inflação acumulada em 12 meses, pois janeiro de 21 teve índice menor (0,25%), o que nos manterá nos “dois dígitos”.

O terceiro fator é o político e, por mais que o “mercado” já anda com algum grau de conformismo com a posição de favorito de Lula não será, sob este aspecto, uma expetativa de que não venham a acontecer por ali manobras especulativas da “turma da bufunfa”.

Terror é ótimo para tirar dinheiro dos “bagrinhos” e isso vai acontecer, não se sabe quando e com que intensidade.

Como se dizia nos velhos filmes de cowboy, “tudo está quieto, quieto demais” nos currais da especulação

 

 

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