Fuga da direita; fuga para a direita

Na Folha de hoje, dá-se o roteiro da “fuga preventiva” de Olavo de Carvalho para os Estados Unidos: intimado pela Polícia Federal no dia 9, mandou a mulher comprar passagens de Assunção, para os EUA, fugiu da clínica onde estava internado e viajou de carro para a capital paraguaia, para evitar ter de passar por um posto de controle da PF r, dia 13, back to the USA…

Ou, pelo menos, esta é a versão que se apresenta como alternativa a outra, mais rocambolesca: a de que ele teria embarcado às escondidas num avião da FAB com destino aos Estados Unidos, algo tão pronta e veementemente pela Aeronáutica que deixou má impressão.

Objetivamente, porém, o que fica é que a de Olavo foi mais uma das muitas fugas para o exterior que se dão entre os integrantes do “bolsonarismo ideológico” desde que a produção de fake news e a produção de ataques ao Judiciário perderam o seu comandante em chefe, o próprio Jair Bolsonaro, depois da cartinha temer de abjuração do golpismo.

Há, porém, outra rota de fuga das dissidências bolsonaristas: aderir ao Podemos e a recém-lançada candidatura de Sergio Moro.

Para lá vão figuras de todos os naipes, desde dois bufões que integravam a “tropa de choque” da cloroquina na CPI da Covid – Eduardo Girão e Marcos do Val – até o severo general Santos Cruz, defenestrado por Bolsonaro depois de desentender-se com o poderoso Carluxo.

Vai se formando, nesta candidatura, uma espécie de “bolsonarismo sem Bolsonaro”, onde fanatismo e oportunismo se mesclam na esperança de que possam tem uma espécie de “segunda época” do que se fez em 2018, ao elevar um personagem medíocre ao poder e, na sua esteira, ocupar espaços de poder.

O partido de direita que Jair Bolsonaro não conseguiu formar – e desistiu disso com a ida para o PL – vai se formando em torno de Moro, inclusive com o apoio e relações de submissão ao campo das finanças.

 

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