A reação do Governo Bolsonaro ao fato de o Brasil ter alcançado meio milhão de mortes limitou-se a uma nota do o ministro das Comunicações, Fabio Faria, incrivelmente criticando os que lamentam a morte de 500 mil pessoas na qual ele diz que políticos, artistas e jornalistas que se manifestam assim “torcem pelo vírus” e por um vídeo onde a Casa Civil diz que os 900 dias de poder de Jair Bolsonaro colocaram “o Brasil nos trilhos” e que somos os maiores e melhores no combate à pandemia no planeta.
Um desastre, que soa como escárnio governista ao um momento dramático da vida nacional.
Não houve – e tudo era previsível – preparação sequer para fingir que o governo está agindo diante deste desastre.
Jair Bolsonaro, em lugar disso, preferiu pegar “carona” na perseguição ao outro psicopata do Planalto, o tal Lázaro Barbosa Souza, que há dez dias escapa de uma caçada policial. Certamente um boa pauta para sensacionalismo de imprensa, mas ridículo para quem tem sob sua guarda a vida de 214 milhões de brasileiros.
Até porque fazer carinho em policiais é, para ele, prioridade maior que solidarizar-se a meio milhões de famílias que perderam alguém em suas casas.
Os 500 mil mortos já não um anátema, gravado na testa do atual presidente.
Não vai conseguir nada continuando a fingir que “todo mundo um dia morre mesmo” e que não está acontecendo um desastre nacional, que vai se expandir com o ritmo crescente de casos e mortes que todo dia é registrado.
O país saiu da apatia em que se encontrava ao longo desta pandemia, porque descobriu que, sem correr riscos, só o que acontecerá é piorarmos nossa situação.