“Medir, senhora, é comparar”. A frase do “O Homem que Calculava”, de Malba Tahan, define muito precisamente o que é medir algo.
E quando algo é um governo, melhor maneira de avaliá-lo – e a maneira que o povo o faz – é compará-lo a outro.
Por isso, a melhor medição que se pode fazer do governo que Temer passou a chefiar, no dia em que se completa um ano desde o golpe dado contra Dilma Rousseff, é a comparação com sua antecessora.
Em meio a uma crise econômica, sabotada por todas as forças políticas e econômicas do país, acossada sem tréguas pela mídia e, ainda por cima, com a Lava Jato atacando na dupla frente de retirar-lhe autoridade e paralisar as ações de governo, é claro que a percepção sobre o governo Dilma, a partir de certo ponto, passou a ser péssima, sem dúvidas.
Mesmo em céu de brigadeiro, já não seria para ela fácil ser comparada ao período Lula, imagine com tempestades econômicas e políticas que se sucediam dia após dia.
Michel Temer, porém, mesmo sem sabotagem econômica, com descarado apoio da mídia e do poder econômico e sem nada mais que espasmos de notícias sobre seu envolvimento com a Odebrecht consegue o que deveria ser impossível: tem avaliação pior do que a de Dilma.
Pior, não: muito pior, como mostra a pesquisa publicada hoje pelo Poder360, na qual 48% consideram seu governo pior do que o de Dilma, 26% igual (ambas as categorias, como se viu, significam “ruim ou péssimo”) e apenas 20% melhor que o da petista.
Um número que, ao que tudo indica, vai piorar à medida em que avançarem questões como a das reformas trabalhistas e previdenciárias e, na economia, o desemprego crescente descer seu látego sobre a população.
O único argumento eleitoral que esta gente tem para sobreviver no poder após 2018 é Sérgio Moro.