Só não é tragicômica a informação, publicada por Mônica Bergamo no Painel da Folha de S. Paulo, de que Paulo Guedes estaria dizendo a interlocutores poderosos que uma certa ” psicologia do desespero pode levar Jair Bolsonaro “a esticar a corda, como autodefesa, o que levaria a novas reações da Justiça, numa escalada sem limites”, porque quando o Ministro da Economia diz que seu chefe está desesperado e que, por isso, é um perigo, quem está em jogo é o país e seu povo.
Não é o folclórico “ele não pode ser contrariado” que se poderia dizer de um psicótico, mas a admissão, por parte de quem tem o dever de zelar pela administração econômica do país de que é preciso não irritar o ex-capitão para que ele não se disponha a (mais) aventuras desastrosas para o país.
Então, segundo Guedes, o “Mito” pode tornar-se um Nero?
Toda esta onda em torno da concessão de uma futura “imunidade” a Bolsonaro é apenas uma tentativa de exculpação de suas intenções golpistas por parte de seus auxiliares (cúmplices soaria melhor) que, preservado o chefe, teriam esperanças de não pagar, política e criminalmente, pelo que fizeram,
Bolsonaro, ele próprio, pode até deixar correrem, desde que discretamente, essas conversas. Mas não vai tomar a frente desta “anistia” porque isso seria a confissão antecipada da derrota.
Difícil mesmo vai ser ele aprender a falar o idioma da Hungria, única rota de fuga possível para sua covardia.