Guedes: sem comando, sem caráter ou sem cargo?

Não é possível crer que um auxiliar de Paulo Guedes tenha ido aos jornais dizer que iria congelar, por dois anos, salário mínimo e aposentadorias sem que o ministro tivesse conhecimento disso.

Muito menos que não lhe tenham avisado de uma declaração com este impacto sem que Guedes tivesse desmentido o seu assessor: afinal, era algo que qualquer um sabia do impacto e da repercussão social.

A notícia, afinal, tinha saído pela primeira vez no domingo.

Portanto, se Guedes não ordenou ou, pelo menos, sabia das “propostas” do Secretário de Fazenda do ministério, Waldery Rodrigues.

Antes, Paulo Guedes disse que tinha levado “um carrinho” de Bolsonaro ao ser desautorizado nos planos de abolir o abono do PIS.

Agora, tomou um “toco” monumental com o sepultamento do “Renda Brasil”. E disse que alguém merecia tomar “um cartão vermelho”.

Guedes saiu a dizer que “o cartão vermelho não é pra mim”, como se pudesse se desvincular do que diz um de seus principais e mais próximos auxiliares.

Temos, portanto, três hipóteses: a primeira, que Paulo Guedes não tem comando suficiente sobre o que fala sua equipe, que se sente livre para anunciar decisões desta gravidade; a segunda, a de que não tem caráter suficiente para assumir que a proposta era dele e tinha a sua simpatia e a terceira, de que não tem mais o cargo de ministro e virou apenas um gerente do Tesouro, sem autonomia sequer para fazer propostas.

Waldery, provavelmente vai cair. Mas Guedes, se não caiu, decaiu. Ou decaiu um pouco mais, sendo mais preciso.

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