A imprensa sem causas de um país sem orgulho

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Ontem, meu filho menor, geração youtube, veio me dizer que um dia ia “morar nos Estados Unidos”e virar um youtuber, como antes queríamos ser escritores, cientistas, “presidente da República”, sonhos infantis de poder e celebridade.

Respondi, na sua linguagem.

Bota aí no Google: “crianças – brasileiras – EUA”

Bastou, claro.

Daí veio a conversa e a identificação óbvia Trump-Hitler-nazismo. Dele próprio.

Os fatos, mais que qualquer argumento, são a chave da compreensão da vida social e é por isso que o sistema dominante  nos põe, a todos, como o personagem do Mito da Caverna socrático.

O jornalismo não escapa disso, mas é, ao mesmo tempo, algo que nos requer o esforço daquele personagem de escalar as pedras na escuridão e o olhar à luz do sol.

Hoje, Danielle Brant, na Folha, faz esta coisa simples e transformadora de mentes.

Conta, em poucas palavras, a história da brasileira  Lidia Karine Souza e de seu filho, Diogo, de 9 anos, ambos presos e separados por mais de 2 mil quilômetros: ela em El Paso e ele em Chicago.

E por 27 dias, de 30 de maio a 26 de junho, quando um juiz norte-americano, afinal, mandou soltar a criança.

“Sorte” que não teve outra jovem, Sirley Silveira, separada há mês e meio do filho Diego, de 10 anos, que segue detido.

Qualquer um de nós, se não o viveu, bem pode imaginar o que é uma separação forçada de um filho nesta idade.

O nosso governo gagueja súplicas contra este absurdo e são poucos os “formadores de opinião” na imprensa que não agem da mesma e sabuja forma.

Não precisam fazer discursos ofendidos, nem “antiamericanos”. Apenas mostrem, com o escândalo que merecem, os fatos.

Até uma criança pode compreender o que significam.

Mais, muito mais, do que os adultos que comandam a nossa imprensa.

 

 

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