Inflação disparou e índices ainda não mostram

Não é preciso esperar os índices oficiais para saber-se que a inflação de março será, provavelmente, a maior para o mês em 27 anos, desde 1995.

Basta que se vá, ao menos aqui no Rio de Janeiro, para encontrar o tomate custando acima de 14 reais, a cenoura neste mesmo nível, a batata entre 6 e 7 reais e um prosaico pé de alface por vezes acima dos 4 reais.

Mas, se quem tem de abastecer sua própria casa percebe, os agentes financeiros também já se preparam para um índice que vai disparar.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) elevou na sexta-feira a sua previsão para o IPCA do mês para 1,24% e 1,09 para a de abril. Já os bancos, nas respostas enviadas ao Banco Central na semana passada, elevaram a previsão do índice para 1,26% e 0,98%, respectivamente.

É provável que o grupo alimentação, o que mais pesa no bolso dos brasileiros mais pobres, ultrapasse os 2% de aumento em março, e o grupo transportes, idem.

Para a política, merece atenção o fato da pesquisa Datafolha tem situado em 75% os que atribuem a alta de inflação às políticas de governo, mesmo com o farto noticiário sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia estar causando elevações generalizadas nos preços internacionais.

Afora algumas bravatas, e outras “tiradas de corpo fora”, Jair Bolsonaro transmite pouca ou nenhuma imagem de que esteja preocupado com o problema que aflige a grande maioria dos brasileiros. A “queda” dos preços dos combustíveis prometida com a retirada dos impostos, variou de 5 a 9 centavos, e nem isso, no gás veicular e de botijão, que nem mesmo as moedinhas pouparam.

Enquanto para Lula, a memória da bonança inflacionária vivida em seu governo vai virando o grande mote da campanha.

 

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