Juiz e general na política são mau sinal para democracia

Quando juízes e generais começam a falar ou aparecer muito no noticiário, é mau sinal.

Duas páginas inteiras da Folha, ontem e hoje, de dois ministros-presidentes do Tribunal Superiorr Eleitoral – o que deixa o cargo, Luís Roberto Barrroso, e o que o assume, Luís Edson Fachin – são sinais absolutamente intranquilizadores sobre a situação de normalidade que deveria anteceder o processo eleitoral deste anos.

Dois velhos bordões são violados: o de que juízes falam nos autos dos processos e o “no news, good news“.

Os militares, também, voltam às páginas: na constrangedora reportagem da Folha, sobre irregularidades encontradas na compra de insumos para os laboratórios do Exercito e da Marinha produzirem a malsinada cloroquina e no texto em que a Veja trata do sabujismo com que o Ministro da Defesa, general Braga Netto se fez o favorito para ser o vice na chapa de Jair Bolsonaro, usando, inclusive, o tolo convite de Barroso para que um representante das Forças Armadas integrasse uma “comissão de transparência eleitoral” de óbvia natureza política, não técnica.

Basta uma passagem para compreender-se que o tom é deprimente: “Reservado e subserviente ao presidente, Braga Netto compartilha muitas das ideias lunáticas do chefe (isso quando ele mesmo não é o incentivador das sandices)”.

Já aprendemos bastante, nos últimos anos, sobre estes venenos institucionais que são a judicialização da política (com seu inverso, a politização da Justiça) e a hegemonia militar no governo do país.

Daí, nada de bom sairá, nem para estas (e outras) instituições, quando para o Judiciário e as Forças Armadas, que não podem ser arrastadas à condição vil de serem uma “quase milícia ” presidencial.

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