Lage: no governo, circo e palhaço; no país, a ruína; na cadeia, a honra

Só o investimento estatal pode repor em marcha a economia brasileira – e não é preciso ser economista para perceber isso: financiar a construção de casas, ferrovias, estradas de rodagem, portos, usinas núcleo e hidroelétricas, dutos e refinarias de petróleo; a ação social e a cultura do país, que o povo guarda para seu carnaval.

Não há outro caminho – pois não há caminho.

O capital externo compra ativos e guarda – do Matte Leão à Phebo – e aplica fundos em lojas de varejo: milhares de farmácias, por exemplo. Começou a desmontar indústrias de montagem – tomara que não faça o mesmo, amanhã, e desacabe as de acabamento.

Não temos futuro, também, como exportadores de commodities. Somos vassalos políticos de um concorrente mais forte que, na melhor das hipóteses, agregará nossa agropecuária à deles, como for de seu melhor interesse, no volume e nos esquemas de comercialização.

Bens minerais de nada valem, se não somos capazes de gerir e proteger nossas reservas – pelo contrário, somos a puta oferecida do mercado mundial. Não temos força política para calar os que vão ocupando a Amazônia verde nem força armada para proteger poços de petróleo da Amazônia azul, que já não são nossos.

Há iminente revolução tecnológica – não é por aqui.

Há um pujante socialismo de mercado – que causa horror.

Somos a orgulhosa craca no casco do Titanic.

No Ministério da Economia, uma caricatura de múmias de Chicago contempla a carniça e baba.

No governo, um circo.

Na presidência, o palhaço.

Na cadeia, a honra nacional, que se preserva do striptease moral dessa gente toda.

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