A ideia – até agora mal formulada e mal desenvolvida, de liberar recursos ativos do FGTS – no governo Temer, liberaram-se apenas os inativos – incentiva o consumo, mas prejudica o investimento, sobretudo o habitacional e o de infraestrutura.
A questão, como sempre que se trata de descobrir um santo para cobrir outro é que tipo de consumo é beneficiado e que tipo de investimento é prejudicado com a medida.
No caso do FGTS, vários fatores confluem para se considerar temerária a retirada de R$ 33 bilhões do Fundo, principal mecanismo de financiamento da construção civil.
Primeiro, a “vaca” já tinha sido, como se mencionou, “sangrada” na infrutífera tentativa de reanimar a economia durante o governo Temer. E metade do sacrifício serviu apenas para mitigar o grau de inadimplência da população, transferida imediatamente para os cofres dos bancos e das concessionárias de serviços públicos, sem efeito sobre o consumo.
Depois, o saldo das entradas de recursos, com o nível de desemprego e os saques originados por demissões sem justa causa sofreu um tombo espetacular. A arrecadação líquida do Fundo despencou dos R$ 18,7 bilhões em 2013 para meros R$ 4,7 bilhões em 2017. Não tenho os números de 2018, mas a manutenção do quadro de crise não deve deixá-los muito diferentes.
Em resumo, o FGTS já não vai lá tão bem das pernas que possa aguentar uma nova sangria sem reduzir o ritmo e o volume de seus financiamentos.
E eles representam 60% do financiamento imobiliário e, portanto, do mercado de construção – já que o de obras de infraestrutura praticamente parou.
Sem eles, portanto, não é preciso ser nenhum gênio econômico para entender que não será revertido – provavelmente, até, aprofundado – o desemprego na categoria profissional que mais emprega mão de obra no país, tanto formal quanto informalmente.
Sem emprego, claro, sem renda. E assim se vai pelo ralo, portanto, toda a injeção de recursos que o saque do Fundo proporcionou, num jogo que só não é de soma zero porque o dinheiro se consome assim que se o tem, mas as estruturas produtivas que se desmontam demandam muito tempo e esforço para serem refeitas.
É essa questão grave que, como se viu, o governo está tratando de forma leviana, apenas pela ânsia de demonstrar que tem “um plano” para aquecer a economia, como prometera, no pós-reforma da previdência.
15 respostas
MAIS UMA PROVA IRREFUTÁVEL DA RESPONSABILIDADE DO GOLPE: O gráfico que o Fernando Brito publica hoje sobre a evolução da arrecadação líquida do FGTS demonstra, de foma cabal, que a economia brasileira foi jogada no chão a partir do crescimento dos ataques da Lava Jato em parceria com a atividade de Eduardo Cunha presidindo a Câmara Federal, neste caso com suas pautas bombas que atacavam o orçamento da União. Num esforço conjunto, Moro e Cunha de mãos dadas, trabalharam para destruir a economia, produzir desemprego em massa, criar conflitos e amedrontar a população, numa parceria que tinha na Globo o eco necessário para espalhar as más notícias e destruir um país que havia atingido no último mês de governo do primeiro mandato de Dilma a menor taxa de desemprego da história do Brasil.
Necessário destacar que a arrecadação líquida do FGTS é resultado direto dos empregos vigentes, e o gráfico acima demonstra a evolução positiva desde 2007 até 2014, quando então começam as demissões a partir da quebra das empreiteiras e das empresas que atuavam no setor petróleo em todo o país. Quem tiver mais curiosidade basta procurar as notícias de 2015 quando Moro exige em seus discursos que o governo federal suspenda a contratação de novas obras com as mesmas empreiteiras e interrompa o pagamento dos serviços onde as empreiteiras atuavam. O resultado foi o início do caos. Paralisada uma das rodas da grande engrenagem da economia – a construção civil – todas as outras engrenagens dos demais setores econômicos foram perdendo força e provocando mais desempregos. O discurso despropositadamente falso de que o PT levou o país à quebradeira só é coerente com o pensamento idiota e imbecil dos golpistas de todos os quilates, e de novo fortemente influenciado por falsas notícias e produção de ódio e incompreensões. Por fim, basta lembrar dos principais jornalistas que ajudaram – naquele momento – a destruição do Brasil, entre eles alguns que hoje se convenceram da estupidez que ajudaram a criar, um monstro que engoliu um país que se mostrava crescente e respeitado no mundo inteiro. Esses jornalistas criticam hoje os golpistas, mas naquela época os estimularam à barbárie. Que bom que mudaram de lado, acordaram do pesadelo de suas idiotias, mas memória não perde o momento de registrar os fatos para a história. Para quem sabe não se repetir novamente essa estupidez.
A destruição da economia nacional é uma obra de demolição que contou com muitas mãos. Os meninos e meninas das Faria Limas, consciente ou inconscientemente, e seus velhacos patrões tiveram um papel central. Foram “eles” (apud Lula) que formularam a máxima “… é tudo culpa do PT” e que bastava “tirar a Dilma” e “fazer as reformas” que a economia se recuperaria. Ainda durante o primeiro mandato de Dilma, os tarados do núcleo da inflação, clamavam por aumentos na taxa de juros e pela recessão, acenando com o fantasma do aumento do preço do tomate e das diaristas. Os meninos e meninas e os patrões das Farias Lima vibravam como quem comemora um gol a cada má noticia econômica, cada revés do governo Dilma, como a perda do grau de investimento do Brasil, ou a redução do preço do petróleo, ou ainda a cada “nova notícia da Lava Jato sobre a corrupção na Petrobras”. Diante das catástrofes parecia moleza vender cenários róseos e céus de azulados de brigadeiro. Mas nada disso se concretizou, ao contrário, o cenário econômico ficou cada vez pior e nenhum candidato “amigo do mercado” tinha chance alguma no pleito de 2018. E não só isso, Lula estava em condições de vencer essa eleição. Não havia outra maneira que não o Plano B, prender Lula. Os meninos e meninas e seus patrões não tinham “política econômicas virtuosas” e soluções para os problemas econômicos. Hoje temos claro que na verdade “eles” e sua visão distorcida da realudade são o problema.
Estou vendo por ai o resultado de um Governo que só abre a boca pra falar bobagem. A última dele: O Brasil não tem fome. Já tem e estamos caminhando para o caos.
Perdão pelo fora de pauta não tão fora de pauta assim!
Quem está sendo matado (sic) somos nós!
A direita é podre!
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Guilherme Amado: ‘Essa é Raquel Dodge, a quem cabe o papel de investigar o presidente da República’
19 julho, 2019 10:25
https://pbs.twimg.com/media/D_1mBifXsAA-VnH.jpg
Rico ri à toa: https://www.youtube.com/watch?v=Igc6sm7Flkc
Acertando a permanência no cargo?
Bom dia, Brito. Compreendo sua preocupação com os investimentos em infra-estrutura. O problema é que na caixa há muito ja não se financia o minha casa minha vida. Os recursos lá não são direcionados para o trabalhador… Longe de apoiar qualquer medida do bozo, mas “pensando com o fígado”: que se danem os empresários que precisam desse recurso para vender suas casas, já que nao financiam para quem é o dono do dinheiro, o trabalhador. Os empresários do ramo da construção, em sua maioria, apoiaram quem? Eles é que estão agora gritando… Que berrem!
2013 foi o auge da arrecadação do FGTS !
Obrigado MPL… vocês conseguiram acabar com o emprego, a renda … com o país …
Não eram pelos 0,20 mesmo !!!
Este gráfico é um elogio insuperável ao governo PT.
Para mim não é surpresa.
Nada supera esta informação.
E uma condenação definitiva para o golpes e os golpistas. As mírians, o globo, o judiciário podre, nos causaram esta desgraça.
Este gráfico é um retrato do brilhantismo do governo PT e uma mostra contundente e definitiva da crise causada com a sua remoção grotesca “com o stf e tudo”.
A desgraça causada pelo golpe, golpistas, judiciário e globo, foi terrível. Desgraça incomensurável se considerarmos o que mais, muito mais, veio com a queda violenta da arrecadação do fgts.
Tudo de bom durante o governo PT, tudo de ruim após o golpe. Piorando.
Viva o PT, viva o enorme LULA, viva a Dilma.
LULA e país livre!
porque não fazer um compêndio dos gráficos econômicos. ficaria cabalmente demonstrado o crescimento da economia brasileira na primeira década do século. todos eles crescem até 2013/14 e depois é queda livre!
Paulo Guedes, o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro, até entende de ganhar dinheiro no mercado financeiro, mas, pelo visto, não entende zorra nenhuma de macroeconomia, a economia da poupança a nível nacional, do investimento a nível nacional, do emprego a nível nacional, etc, e das relações que estabelecem entre si.
Se entendesse, não teria dado a péssima ideia de liberar oFGTS de contas ativas, sobretudo tratando-se de mais do mesmo já feito por Temer com o esperado resultado inócuo. E, se não foi sua a ideia, teria desconversado logo de cara.
E esse é o homem que comanda a economia do país em nome de um presidente cuja ignorância em questões econômica é um título que o Guedes parece querer tomar!
Exatamente….e hoje isso foi posicionado até por um empresário da construção civil (no jornal da globo). Resumindo: para mostrar que está fazendo alguma coisa, o governo vai dar (novamente) um antitérmico para baixar a febre da recessão economica. Mas a infecção da falta de crescimento da economia vai continuar…..e passado o efeito do antitérmico, vai inevitavelmente voltar…
Na verdade a soma não será zero, no mínimo. Ela será, no mínimo, muito negativa e, no máximo, vai provocar o completo colapso de um país chamado Brazil.