Lira será “ponte entre Executivo e Judiciário”. Ponte do Rio Kwai?

Jair Bolsonaro, como se viu ontem, dinamitou todas as possibilidades com o Judiciário. Ou merece comparação mais suave o “sai daí, canalha” dito por ele para Alexandre de Moraes.

Hoje, portanto, não faz sentido o que disse Arthur Lira, presidente da Câmara, para ser “uma ponte” entre Executivo e Judiciário.

Bolsonaro, com o Judiciário, só fará pontes como a do filme Ponte sobre o Rio Kwai, a que se constrói obrigado e, assim que possível, explode-se.

Sugerir diálogo com ele é, claro, tão útil como pretensão e água benta, que cada um usa o quanto quiser.

Não basta falar que está preocupado com “o Brasil real”, o que luta contra a inflação, a crise elétrica, a pandemia, o desemprego…

Nem usar palavra duras e pomposas, como a de recusar o “looping de bravatas”.

Não houve nenhuma ação concreta, alguma proposta, sequer uma conclamação direta ao presidente que nos levou até isso.

Apelos, já se viu, funcionam tanto com Bolsonaro quanto com um rinoceronte.

O efeito da fala de Lira é zero e, é provável, o mesmo deve acontecer com a de Luiz Fux, embora o colegiado vá cobrar dele mais energia.

Já se sabe que, por lá, achou-se que Lira foi omisso na defesa da independência e obediência ao Judiciário.

Mas em dois momentos fez boas declarações.

O primeiro, quando confirmou que a questão da apuração manual dos votos e a defesa das eleições de 2022, duas obsessões de Jair Bolsonaro.

No geral, o tom foi de miado, como se previa.

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