Talvez você esteja vendo, nos jornais e nos comentários políticos na televisão, a notícia de que Lula estaria irritado com algumas resistências internas do PT à indicação de Geraldo Alckmin como vice em sua chapa presidencial.É conhecer pouco Lula – e, aliás, o comportamento de qualquer outra liderança política democrática – achar que basta ter razão, como a que ele tem neste caso.
Não é batendo na mesa que alguém se torna um líder, um agregador de vontade. Isso é comportamento de gente tosca, como o atual presidente.
Lula compreende perfeitamente bem como a guinada aparentemente heterodoxa que fez no comportamento da esquerda, que parece ter desaprendido a unidade na diversidade que nos permitiu, afinal, derrubar a ditadura e, em alguma medida, derivou para certo purismo “lacrador”.
Hoje, numa entrevista à Rádio Espinharas, da Paraíba, de muito bom humor, ele repetiu o “banho-maria” em lugar da suposta pressa em definir tudo, e já, para sair atabalhoadamente em campanha, numa eleição que ainda está fria, que tem tendência cristalizada e, ainda por cima, foi adiada por perder a ribalta para uma crise mundial que rouba todo o espaço da mídia.
“Não está certa a questão do Alckmin por duas razões: primeiro, porque eu ainda não defini a minha candidatura; segundo, porque o Alckmin não definiu o partido ao qual ele vai se filiar.”
Não dizendo nada, deixa o debate rolar até que o convencimento dissolva resistências. Que são tão poucas como tolas.
E, para os que já anunciam até data para o lançamento da chapa, diz que “até o final de abril” vai-se ter uma definição.
É política, não soco na mesa.