Estranhos tempos estes em que nosso otimismo é o de que “amanhã será melhor” essencialmente porque “ontem foi muito ruim”.
Morrem-nos diariamente 150 pessoas, mas já morreram 3 mil por dia nesta infernal pandemia.
Sonegavam-se vacinas para todos e, agora, o máximo que conseguem é retardar para alguns grupos, infelizmente o maior dele o das crianças.
Temos um governo incapaz e autoritário, mas este mesmo governo já esteve, apenas há pouco mais de três meses, na iminência de tentar um golpe de Estado, cancelar eleições e sacudir para o espaço as garantias judiciais.
E não pode ser esquecido que, em um ano, pesquisas eleitorais deixaram de apontar uma vitória do chefe deste governo inepto para, neste fim de 2021, indicarem um favoritismo destacado de Lula, a um triz de levá-lo a uma vitória em primeiro turno.
Além do mais, confirmou-se que a grande mistificação chamada Sergio Moro se revelou um chabu.
Não é pouco, não mesmo.
Mas há muito em que esta sombra do mal permanece. Nunca a renda dos brasileiros foi tão baixa, nunca a fome voltou tão depressa a assolar-nos, nunca tantas crianças deixaram a escola, nunca a boçalidade brilhou tanto nas manchetes, nunca nosso país este tão isolado no mundo.
É por isso que, ao falar em 2022, nada nos pode vir senão a pressa e nada pode nos aconselhar tão bem quanto a prudência.
Mudar o governo deste país é urgente, fazer com que venha outro com sabedoria e forças para mudar é uma necessidade.
Um reconhecimento explícito disso foi feito por Lula, dias atrás, ao falar a agência Reuters:
“Eu sei qual é a esperança que tem na cabeça das pessoas, e eu sei que não posso mentir para eles, eu não tenho direito de mentir. Qualquer pessoa pode ficar vendendo que vai fazer isso ou aquilo. Eu não posso, eu tenho um legado. Esse legado é uma base de qualquer governança minha, eu não posso fazer menos. Eu sei que eu tenho mais responsabilidade, então não quero brigar não. Eu quero juntar força para poder construir”.
É nisso em que temos que nos concentrar: em construir uma vitória maiúscula.