“Mandem para o matadouro”. Afinal, o único juiz do Brasil é Sérgio Moro

saudacao

O Brasil vive uma distorção judicial tão gigantesca que surpreende que muitas pessoas de bem ainda não estejam percebendo.

Não é possível, em país algum do mundo, que se admita tamanha concentração de poder nas mãos de um único juiz, e juiz de primeira instância.

Aqui, se você quer destruir alguém, pouco importanto se há ou não provas para isso, “manda pro Moro”.

Anteontem, os comentaristas da Globonews festejavam o fato de – e sou livre para falar, porque a figura embrulha-me o estômago” – “vai cair nas mãos do Moro”.

Ontem, o mesmo, em relação a Lula, com a encampação da versão meramente retórica do Ministério Público de que este seria o “comandante da propinocracia”,  tendo recebido como paga uma reforma num apartamento  muito distante de ser um luxo e que, afinal, não é dele, mas pensou-se em vender ou dar  a ele e pela armazenagem de umas caixas de presentes que ele foi obrigado a levar e conservar, sem que o Estado assumisse suportar essa guarda, ainda mais porque ele sequer recebe pensão pelo cargo exercido.

(Curioso é que ninguém se interessa em saber como foi a guarda e por quem foi paga a guarda do acervo de Fernando Henrique Cardoso, durante quatro anos, até que este criasse, com milhões dados pelo Itaú, pelo Bradesco e por Antonio Emírio de Marais, o sei Instituto FHC)

A mídia e a direita (quase o mesmo, no Brasil) têm este sonho obsessivo em relação a seus adversários políticos.

O Supremo Tribunal Federal, exceto pelo seu ativista-mor, Gilmar Mendes, tornou-se um cúmplice desta deformação monstruosa desta deformação do princípio do “juiz natural”, porque só existe, na prática, um juiz no Brsil: Sérgio Fernando Moro.

A ele cabe ratificar (95% de condenações!) o massacre providenciado pela força tarefa de prepotentes do Ministério Público, pois até os poucos “fatiamentos” feitos até aqui foram tratados como tentativas de produzir “pizzas” e colocaram os outros juízes diante d obrigação de ser como ele, sob pena de serem moralmente massacrados.

Todos têm afinal, de agir como o “anjo vingador”. Até o Ministro Teori Zavascki – que agora vem com uma vergonhosa retificação do despacho onde chamou de “embaraços à Justiça” o simples exercício do direito de defesa de Lula. Um juiz que, num simples despacho, não consegue conter seu furor de antipatia pode ser chamado de isento?

Como partidários ou simplesmente como covardes, as estruturas judiciais brasileiras estão entregues à vontade de Sérgio Moro e sua entourage de rapazes do MP.

É lá, numa Vara que se destina a julgar, quase que com exclusividade nacional, todos os casos de corrupção – ou de suposta corrupção, mesmo que só amparados pelas jeitosas “delações” de quem tem de escolher se acusa ou passa anos preso, vão parar.

É lá o matadouro.

Abatem-se lá os políticos que se opõem ao status quo e aqueles que, o tendo servido, já não servem mais.

Minúscula e tirânica é a Justiça que só um homem faz e pode fazer e à qual as instâncias que lhe são formalmente superiores  mas moralmente reduzidas vassalagem jamais contradizem, acovardadas diante do seu poder midiático.

(Aliás, mesmo quando condenam uma decisão flagrantemente ilegal como gravar a então presidenta da República, não acontece nada, porque não há nenhuma punição por te-lo feito e divulgado, mesmo sabendo que era ilegal)

Quando um só homem se assenhora da Justiça o que se tem é a tirania.

 

 

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20 respostas

  1. Estranho, não sei porque, lendo esse artigo também me lembrei muito do Coliseu de Roma nos tempos do império romano, reproduzidos em filmes, onde os expectadores decidiam o destino dos vencidos com o polegar pra baixo.
    É o retrato da rede golpe, ao fim de cada espetáculo da farsa à jato.

  2. INFELISMENTE O QUE ESTAMOS VENDO É A ENTREGA TOTAL DO PATRIMÔNIO BRASILEIRO A EMPRESAS INTERNACIONAIS COM A DESCULPA QUE DEVEMOS CASSAR OS DIREITOS DO LULA PORQUE SENÃO ELE GANHARÁ E DESMONTARÁ TODAS AS AÇÕES DEITAS PELA LAVA JATO,ESTA QUE NÃO ENCONTROU UM CRIME SEQUER DO LULA,O TRIPLEX E O SÍTIO SÓ COM SALÁRIO E PALESTRAS O LULA PODERIA COMPRAR FACILMENTE,JA QUE SUAS PALESTRAS ERAM MEIAS CARAS QUE AS PALESTRAS DO PRESIDENTE DOS EUA.
    SABE COM É NÉ,TODOS QUERIA SABER COMO É POSSÍVEL ERRADICAR A FOME E A POBREZA EM UM PAIS,COISA DE LULA ENTENDE?

  3. Sérgio Moro é o representante da justiça indicado pela Globo, sendo ela o maior poder do país o seu menino de ouro, que foi condecorado, passa a ser o único representante verdadeiro da “justiça brasileira”. Vários procuradores e delegados fazem parte do show das “paquitas” desse tribunal. Eles não precisam de provas basta um data show para criar fatos ajustados as suas teorias, e se os fatos não se encaixarem, modifica-se ou inventa-se fatos, tudo sempre coberto pela Globonews Esse é o Brasil pós Joaquim Barbosa, que não tendo provas, criou o “Domínio do Fato” tupiniquim e depois foi morar em Maimi as custas do povo brasileiro. Em que o PT é condenado e PSDB governa sem ter voto e a Globo embolsa 90% das verbas.

  4. Na verdade não se trata de um só homem, como de fato as aparências indicam. Trata-se de um homem TREINADO e a SERVIÇO da CIA, do FBI, do imperialismo enfim. Nem preciso provar nada, tamanhas as evidências, além das convicções. Um simples juizinho provinciano de primeira instância jamais teria este apoio unânime da mídia golpista, do procurador-geral mau caráter e dos membros sem caráter do STF. Ele cumpre uma tarefa que se assemelha à intervenção militar dos EUA em qualquer país, tal o estrago que essa força-tarefa causou e vem causando ao Brasil. Setores estratégicos da economia brasileira foram detonados; uma presidenta legítima foi cassada via golpe parlamentar assessorado pela equipe de Moro e da Globo, que formam a parceria de encomenda perfeita pelo império e seus associados locais, os donos da Casa Grande. Triste momento vive o Brasil com a suspensão dos direitos constitucionais, com o golpe de estado em curso, com a entrega do pré-sal e outros patrimônios aos grupos de rapina; com o corte de direitos e conquistas do nosso povo. Com o fim da democracia, enfim.

    1. Já ouvi falar de juízes que foram bancados pelo narcotráfico para fazerem concursos (para juiz) até passarem; me pergunto será que não temos um judiciário, um ministério público e uma polícia federal infiltradíssima de bancados pela cia e fbi, para transfomar ‘este torrão’ num novo Porto Rico? Só que muito pobre?

  5. Amanhã vou a caixa, receber meu prêmio da mega sena. Não tenho prova q ganhei, mas tenho convicção.

  6. escutaram bem o discurso do nosso 1º Torneiro Mecânico ha pouco, que passou direto na Tvt recordnews?
    “Eu não conheço os familiares dos procuradores (esses meninos..) mas por certo nao são melhores do que a Marisa”. “Só peço que respeitem minha familia.”
    “Confiscaram até os meus discursos. Pedi e nao devolveram. Acho que era para plagiar”
    E o devastador comentario sobre os 400 kg de cocaina no helicóptero.

  7. Criança é que se contenta com pouco. Mas idiota ou midiota se contenta com vingancinha e mesquinharia tola, demonstrando assim o seu minúsculo campo de visão.

  8. Coxinhas débeis mentais. Nem a forja tarefa consegue provar o caso do triplex. Nem a forja tarefa consegue provar que o Lula fazia parte da roubalheira da Petrobrás. Nem a forja tarefa consegue provar que o sítio é do Lula. Incompetentes? Não. São apenas atores de uma ópera bufão, dizendo que “não temos como provar, mas temos convicção de que ele era o mentor de tudo”. Dito isso, pergunto às pessoas inteligentes: que tribunal do mundo condenaria alguém diante dessas aberrações jurídicas?
    Basta. Alguém precisa parar esse teatro dos horrores. Cadê nossos juristas? Cadê o STF? Acovardado, como diz o Lula? Resta saber: acovardado por quem ou por que forças ocultas desse país?
    Não é possível que se arme um circo, como o de ontem para dizer apenas “temos convicção, mas não podemos provar”. Querem prender o Lula? Arrumem provas. Forjar provas é crime. E criminoso é quem as comete. O que essa gente quer? Fama? Mesmo depois do circo armado dessa maneira?
    É o fim. Nossa justiça cheira a estrume. Foram-se a ética, a moral, tudo. Nada mais resta deste que, um dia, poderia se tornar um país digno de se viver. Chegou o dia em que nos envergonhamos de dizer que somos brasileiros. Eu, pelo menos, estou envergonhado com tanta desfaçatez. Cadê nosso Ministro (sic) da Justiça e nosso STF que permitiram esse espetáculo (in) jurídico? Não temos mais justiça. Resultado da tomada do poder por um bando de ladrões.
    Resta o consolo de saber que tudo isso foi debatido aqui. Só cegos não viam que terminaria assim. Bando de bandidos.
    A história não perdoará essa quadrilha.

  9. “Não é possível, em país algum do mundo, que se admita tamanha concentração de poder nas mãos de um único juiz, e juiz de primeira instância.”

    Prezado sr. seria mais correto chamar o moro de agente da cia do que juiz. É o chefe da cia no brasil por isso que tidos obedecem a ele. Milicos inclusive. Enquanto não houver uma revolta popular com a prisão de uns 10.000 juizes(stf incluso, e meganhas de todas as laias, e a fiesp inteira) como fez a turquia, o brasil será um país de merda com um povo de merda.

  10. Eles abaixam as calças para estrangeiros: os Temer, os Serra, os FHC, os Janot, os Moro e toda essa cambada travestida de verde e amarelo da saudação fascista. São eles os inimigos do Brasil. Posso entender a ganância corrupta de banqueiros especuladores estrangeiros mas não posso entender —nem aceitar— que brasileiros entreguem a soberania e o destino do Brasil. Os EUA nada conseguiriam sem a parceria deles. A CIA recolheu ilegalmente e compartilhou, para uso comercialmente desfrutável, dados reservados e informações estratégicas do Brasil. Contratada por FHC para pensar planos estratégicos (de interesse dos EUA), a Booz Allen, na qual  trabalhava Edward Snowden, operou (e pera) como uma base da CIA no país. Vale recordar também que FHC monitorou ilegalmente militantes e políticos de esquerda — ver http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/Servico-Secreto-de-FHC-monitorou-militantes-antineoliberalismo/5/25788

    As elites do periodo que vai da ditadura militar até FHC, sofreram transformações decisivas. Essas elites, representadas no atual governo golpista, são particularmente degeneradas. Caracterizam-se pela preferência pervertida de si mesmas e isto explica o recurso à repressão, à violência, à delação e ao medo. E’ propedeutico recordar o periodo imediatamente anterior ao Lula, com FHC, muito bem ilustrado nesse artigo do Michel Chossudovsky publicado no Le Monde Diplomatique em março de 1999.

    Recolonização Programada no Brasil:
    no coração da crise, a pilhagem

    Michel Chossudovsky
    Le Monde Diplomatique, Março 1999

    O assalto especulativo que assolou o Real em janeiro de 1999 foi causado por uma cuidadosa repartição de posições entre os “investidores” e o Fundo Monetario Internacional, o segundo permitindo aos primeiros concluir a pilhagem das reservas de divisas do Brasil. Numa economia sinistrada, com setores de atividades e de ativos públicos a liquidar, a preços depreciados, o capital estrangeiro pode, então, “realizar suas compras”.

    Sucumbindo a um último assalto especulativo, a Bolsa de São Paulo desabou no dia 13 de janeiro de 1999, no que se tornou a “Quarta-feira Negra” no Brasil. O cofre-forte do Banco Central acabara de ser arrombado.

    Acabou-se aí âncora “servil” do Real ao dolar. O presidente do Banco Central, Sr. Gustavo Franco, foi substituído pelo professor de economia, Sr. Francisco Lopes, que foi imediatamente despachado para Washington juntamente com o Ministro da Fazenda, o inamovível Sr. Pedro Malan, para “consultas” de alto nível com o FMI e com o FED (Departamento Federal do Tesouro).

    As negociações conduzidas naquele fim-de-semana constituiram somente numa preparação para a reunião matinal, realizada alguns dias mais tarde, na sede do FED em Nova York, com os credores do Brasil. Entre os convidados a este café-da-manha a portas fechadas, figuravam o Sr. George Soros, dono do Fundo Especulativo Quantum; Sr. William Rhodes, vice-presidente do Citigroup; Sr. Jon Corzine do banco de negocios Goldman Sachs, e o Sr. David Komansky da Merrill Lynch, dentre outros. Um encontro crucial, visto que um dos convivas, Sr. Rhodes, fino conhecedor do assunto, já havia presidido o Comite Bancário de Nova York representando 750 instituições financeiras credoras e fora, ele proprio, que negociou com o presidente Fernando Henrique Cardoso, na época então Ministro da Fazenda, a reestruturação da dívida externa do Brasil e o lançamento do Plano Real. Um plano que teve por resultado a explosão da dívida interna do pais, que passou de 60 bilhões de dólares em 1994 a 350 bilhões de dólares em 1998.

    Nesse meio tempo, para condicionar a opinião pública, evocava-se o contágio iminente da “crise asiática”. Quanto às midias, porta-vozes da “comunidade financeira ” internacional, elas designaram, sem qualquer forma de fundamento, o responsável de todo o mal: o governador eleito do Estado de Minas Gerais, Sr. Itamar Franco, ex-presidente do Brasil, que havia decretado uma moratoria de 90 dias no reembolso da divida do Estado ao governo federal. A ameaça da
    suspensão de pagamento da dívida dos governadores de certos estados da federação foi apontada como tendo afetado gravemente a “credibilidade econômica” de Brasilia.

    O Congresso Nacional não escapou das críticas. Responsabilizavam-no por não ter posto todos os seus escrúpulos de lado, em dezembro de 1998, e dado o seu acordo incondicional à terapeutica letal do FMI. O plano proposto implicava em cortes claros de 28 bilhões de dólares no Orçamento Federal, que se traduziria em redução de salários dos funcionários públicos, na demissão dos mesmos, no desmantelamento de programas sociais, na “reforma” do sistema de assistência social, na venda de empresas públicas, no congelamento das transferências financeiras aos Estados e a utilização prioritária das receitas do Governo, notadamente pelo aumento de impostos, para o pagamento do serviço da dívida externa.

    Compressão brutal do nível de vida

    As instituições de Washington, exigindo uma política monetária draconiana e agindo em ligação com Wall Street, visavam igualmente minar a base industrial do país e assegurar o controle do seu mercado interno, acelerando o programa de privatizações em curso. Sob a injunção do FMI, a taxa interbancária diária, no começo de fevereiro, alcançou a cotação astronomica de 39%. Como consequência, os emprestimos contratados junto aos bancos comerciais atingiram a taxas de juros entre 50 e 90%, levando um grande número de empresas locais à falência, paralisadas por dívidas impossíveis de serem liquidadas, com creditos ao consumidor atingindo cifras de 150 a 200%.

    Finalmente a “confiança” foi restaurada nos mercados financeiros, o que fez subir a Bolsa de Sao Paulo, mas o Real perdeu inexoravelmente mais de 40% de seu valor, o que desencadeou um aumento imediato no preço dos derivados do petroleo, dos alimentos e dos produtos de primeira necessidade, ocasionando uma compressao brutal do nivel de vida num pais de 160 milhoes de habitantes, onde mais da metade se situa abaixo do nivel de pobreza. Nos dias que se seguiram à “Quarta-feira Negra” , empresas multinacionais, dentre elas a Ford, General Motors e Volkswagen, anunciaram reduçao de suas atividades no pais e demissoes em massa.

    Numa primeira analise, os problemas do Brasil davam a impressao de serem uma repetiçao do que ja se havia presenciado na ¡sia. Entretanto, existia um diferença: na ¡sia, os planos de “ajuda” do FMI haviam sido negociados apos, e nao antes da crise. Em outras palavras, os fundos do emprestimo vieram para “socorrer” os governos confrontados com um endividamento insuportavel, provocado por ondas especulativas e pelo naufragio da moeda nacional.

    No Brasil, por outro lado, o FMI pos maos à obra desde o dia 13 de novembro (dois meses antes do naufragio do Real), anunciando uma “ajuda” de 41,5 bilhoes de dolares que tinha sido objeto de um acordo com o G7. Oficialmente, a terapia se dizia preventiva, mais do que curativa. Na pratica, longe de conter operaçoes especulativas, ela contribuiu a acelerar a fuga de capitais. Nos dois meses que se seguiram a sua aprovaçao, cerca de 20 bilhoes de dolares deixaram o pais, isto e, uma soma da mesma ordem de grandeza dos cortes orçamentarios exigidos pelo FMI. As reservas do Banco Central foram pilhadas em cerca de 400 milhoes de dolares por dia.
    De 75 bilhoes de dolares em julho de 1998, elas cairam para 27 bilhoes em janeiro de 1999. Assim, a primeira parte (9 bilhoes de dolares) do emprestimo do FMI, desbloqueado em novembro, fora ja dilapidado para sustentar o Real, soma apenas suficiente para financiar um mes de fuga de capitais.

    O plano arquitetado pelo FMI contribuiu largamente para encorajar os especuladores: eles sabiam que o dinheiro “estava la” e dele eles poderiam se apoderar. Mesmo se o Banco Central tivesse dificuldade de cumprir seus compromissos externos, os creditos do FMI-G7 estariam disponiveis: os bancos, os fundos especulativos e os investidores institucionais poderiam ai busca-los e repatriar o seu quinhao. O momento escolhido fazia parte do cenario: garantindo uma taxa de c‚mbio fixa pelos dois meses que se seguiram ao emprestimo de 41,5 bilhoes de dolares, o FMI permitiu aos especuladores reembolsar rapidamente 20 bilhoes de dolares suplementares.

    Wall Street, as instituiçoes de Washington e a equipe economica do Sr. Pedro Malan sabiam perfeitamente que a desvalorizaçao do Real era iminente, mas o Banco Central recebeu instruçoes do FMI para retardar, tanto quanto possivel, esta medida. No dia 15 de janeiro o FMI deu finalmente seu acordo de deixar flutuar livremente o Real, isto e, quando as reservas do Banco Central ja tinham sido pilhadas.

    O Sr. Stanley Fischer, Diretor Geral Adjunto do FMI e principal arquiteto do “pacote” de novembro, deixou o Forum Economico Mundial de Davos, na Suiça, diretamente para Brasilia, para ai negociar um novo acordo. As dividas de curto prazo haviam explodido e “novas iniciativas politicas” se impunham. As duras medidas tomadas alguns meses antes se revelaram insuficientes para “restabelecer uma confiança duravel”. Novas metas fiscais foram fixadas e o governo obrigava-se a “intensificar o esforço de privatizaçao e de desestatizaçao do setor publico”, o que abria a via de liquidaçao dos bancos federais e estaduais, a tomada do controle de setores estrategicos (ai incluido o de energia), assim como empresas rentaveis e infraestruturas publicas, pelo capital estrangeiro.

    Os cofres do Banco Central receberam a segunda parcela de 9 bilhoes de dolares do emprestimo de 41,5 bilhoes, mais uma vez incitando os operadores a perseguirem o seu ataque mortifero. Facilitando a tarefa dos especuladores, o presidente do Banco Central, Sr. Francisco Lopes, que havia sido nomeado ha apenas duas semanas, foi substituido por um verdadeiro “especialista”: Sr. Arminio Fraga Neto, antes conselheiro junto ao Fundo Quantum do Sr. Georges Soros em Nova York!

    O acordo assinado com o FMI em fevereiro previa explicitamente a desindexaçao dos salarios como “meio de combater a inflaçao”. Quanto ao aumento do desemprego, ele e apresentado pelas autoridades como um “malem mãos necessario” concorrendo para o mesmo objetivo. Em outros termos, depois de ter deslanchado a espiral inflacionaria com a desvalorizaçao do Real, o FMI exige um pretenso “programa anti-inflaçao” que nao se destina absolutamente a erradicar as causas do mal, mas em contra partida, afunda o pais ainda mais na recessao. A contraçao do credito e as suas taxas mortais equivale a um falencia programada dos produtores nacionais a quem o Sr. Malan nao cansa de ameaçar com a liberalizaçao acirrada do comercio , com a concorrencia das importaçoes, reputadas como a os incentivar a “serem mais competitivos”.

    Segurança Nacional Ameaçada

    Os governadores de sete Estados controlados pela oposição, ao nome dos quais figuram dois dos mais importantes do pais (Minas Gerais e Rio Grande do Sul) se opuseram à politica dos Srs. Fernando Henrique Cardoso e Pedro Malan com o intuito de obterem a renegociaçao de suas dividas junto à Brasilia, denunciando o preço insuportavel das obrigaçoes que lhes foram impostas pelo governo federal, por conta do FMI, apoiando-se numa forte sustentação da população e das organizaçoes sindicais e patronais. […] notadamente o caso do Sr. Olivio Dutra, governador do Rio Grande do Sul e antigo prefeito de Porto Alegre, cidade que conquistou em 1988 para o Partido dos Trabalhadores (PT). O Sr. Olivio Dutra se recusa a privatizar as empresas publicas que subsistem nos setores de energia e de agua para pagar uma parte da divida do Estado. Com o apoio da Associaçao Comercial do Rio Grande do Sul e da Federaçao das Industrias, tornou-se um adversario particularmente forte para o governo central.

    Alem dos eleitores e dos partidos de oposição, as organizações de todo tipo recusam a politica do Sr. Fernando Henrique Cardoso, assim como a poderosa Igreja catolica, que denunciou a “submissao total” do pais às injunçoes do FMI. O secretario da Comissao de Justiça e Paz da Confederaçao de Bispos do Brasil, Sr. Francisco Whitaker, qualificou o acordo fechado em fevereiro entre o Sr. Fischer e o Sr. Malan em uma “ameaça à segurança nacional”. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), afirma que “o pais nao pode ser transformado em laboratorio de experiencias” do FMI e considera como “inadmissivel que o Estado brasileiro se subordine a interesses externos que comprometam o desenvolvimento, suprimam empregos e agravem a exclusão social”. As condicionantes de um movimento social importante estao se estabelecendo, colocando o Sr. Fernando Henrique Cardoso na impossibilidade de satisfazer aos ditames de Washington e do FMI.

    Na verdade, os tentaculos da crise ultrapassam largamente o caso do Brasil. A tentativa de Wall Street de colocar as maos na politica monetaria de toda a America Latina e que esta em causa. Na Argentina ja se coloca em discussão a substituição do peso pelo dolar, o que significa que a criação da moeda e mesmo a impressao das mesmas seriam controladas por credores estrangeiros. Outros paises da regiao tenderiam a seguir o movimento, crendo evitar o debacle financeiro com a dolarizaçao de suas moedas que se tornariam virtualmente sem valor em virtude dos assaltos especulativos e do esvaziamento das reservas de seus bancos centrais.

    Os membros do G7 e outros quatorze Estados contribuiram, atraves do canal do BIRD, ao financiamento da operaçao montada pelo FMI. Eles estavam perfeitamente informados das implicações do emprestimo de 41,5 bilhoes de dolares consentido em novembro. Eles não poderiam pois se inocentar de suas responsabilidades no brutal empobrecimento da população do Brasil e de suas graves consequencias em toda a America Latina. Este é alias um assunto que não se compreende por que foi retirado da pauta de discussão para a reunião, que se realizará no Rio de Janeiro em julho próximo, entre o Grupo dos Quinze da União Europeia e os governos da America Latina e Caribe.

  11. se o noro eh treinado pela cia na mais justo que ele seja assassinado pelo s2 do eb ou cenimar abin eh facil quiser ensino como se faz

  12. ATENÇÃO NAÇÃO DO BEM
    Por favor, atentemos para a entrevista concedida pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello à Rede Globo…
    A estrutura do estado brasileiro e a máfia da imprensa acumpliciadas?!
    Alguma semelhança com o que estamos vivenciando agora em relação à perseguição atroz e criminosa ao eterno presidente Lula?
    ajuste desprezível
    https://www.youtube.com/watch?v=vfpLlOvHfEY

  13. Depois que uma “ministrazinha” disse que podia condenar mesmo não tendo provas, esses “promogolpstas” se acham no direito de fazer o mesmo, bastando não gostar de alguém.

  14. Ninguém se iluda. Sérgio Moro é o interventor judiciário do Brasil, e é por essa condição que ele é intocável e incontradizível. É muito poder que parece ter surgido do nada, e que em estado de normalidade democrática jamais teria sequer passado dos portais da sua província. Foi escolhido por forças externas e por seus aliados da elite interna para ministrar a justiça conveniente à mudança de regime, já que a democracia não satisfazia à elite entreguista e nem aos sugadores externos que são seus cúmplices. Os golpistas foram até muito pacientes, em deixarem que tanto tempo se passasse para que todo o processo do golpe pudesse ao menos ter uma leve aparência de legalidade.

  15. Tudo tem o seu tempo determinado, o cunha já estava desenhado, o temer o relógio avança, o renam, o gilmar o moro… há tempo para tudo.

    “Quem acha que a história é uma carroça abandonada em um canto da estrada, esta se enganando…”
    Ela é dinâmica, viva, jovem e corajosa, e está em constante mutação. Somos um grãozinho de areia diante dela.

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